Condenado
O principal tribunal da Venezuela sentenciou o prefeito da cidade de San Cristóbal a um ano de prisão por não impedir manifestações antigoverno, aprofundando a repressão a líderes opositores associados com os quase dois meses de protestos. A decisão da Suprema Corte, divulgada na noite de terça-feira, afirma que Daniel Ceballos desobedeceu uma ordem anterior do tribunal para que seu governo retirasse barricadas montadas por manifestantes que exigiam a renúncia do presidente Nicolás Maduro. Desde 12 de fevereiro, opositores vêm usando destroços e incendiando lixos para bloquear as ruas de San Cristóbal.
A deputada opositora venezuelana María Corina Machado, cassada em sessão da Assembleia Nacional (AN) na qual estavam presentes apenas parlamentares governistas, voltou ontem ao país, vinda do Peru.
Logo ao chegar, organizou uma manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
"Hoje demonstraremos ao regime quem decide quem são os deputados. O povo na rua", escreveu a deputada em sua conta no Twitter, antes da manifestação, ocorrida na tarde de ontem na capital venezuelana.
Na segunda-feira, o presidente da AN, Diosdado Cabello, havia dito que Corina não era mais deputada pois havia aceitado um convite do Panamá para falar em uma sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, na última sexta-feira.
Segundo Cabello, ao aceitar falar na OEA, Corina teria violado dois artigos da Constituição e, por isso, perderia o seu mandato.
Sem mandato, ela poderá ser processada pela Justiça, pois perde a sua imunidade parlamentar.
O governo Maduro a acusa de incitar a violência por supostamente incentivar os protestos no país.
Ao retornar à Venezuela, Corina disse aos jornalistas que se sentia mais deputada do que nunca. "Nunca fui tão deputada como agora. Sou mais deputada do que nunca, e continuarei atuando dentro e fora da Assembleia", afirmou Corina.