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Uma comissão da Assembleia Nacional (AN, Parlamento) da Venezuela, com maioria de apoiadores da ditadura de Nicolas Maduro, vai coletar assinaturas de “vítimas” das sanções impostas pelos Estados Unidos contra o país sul-americano, para depois remetê-las a organizações internacionais, segundo um comunicado de imprensa divulgado nesta quarta-feira (2) pelo governante Partido Socialista Unido (PSUV).
“Quantas escolas, hospitais, crianças [deixaram de ser atendidos], tratamentos e vacinas o Estado deixou de adquirir para atender a população por causa do bloqueio e das sanções?”, afirmou o chefe da comissão, o chavista Pedro Infante.
No comunicado, o partido de Maduro afirmou que os Estados Unidos “tentaram destruir a indústria do petróleo e deteriorar a capacidade de entrada de recursos no país por meio do ataque à moeda, aos bancos venezuelanos e ao acesso ao sistema [internacional de comunicação de pagamentos] SWIFT”.
“Com a redução da entrada de recursos na Venezuela, tentou-se também derrubar o sistema social, a capacidade de atendimento do sistema educacional, de saúde, equipamentos hospitalares, raios-X, tomógrafos; assim como a capacidade da produção e importação de alimentos, para afetar o consumo de calorias pelo povo venezuelano”, acrescentou o PSUV, que citou também tentativas de “destruir” o sistema elétrico e “sabotar” a água potável, “com a intenção de levantar o povo bolivariano contra o governo revolucionário” e provocar “um colapso político”.
Entre os investigados pela comissão, estão o ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021), por supostos “crimes contra a humanidade” contra a Venezuela, devido às sanções impostas durante a sua gestão, e membros da oposição, como María Corina Machado, Henrique Capriles e Freddy Superlano, candidatos às primárias oposicionistas de outubro, que vão definir o adversário de Maduro na eleição presidencial de 2024.
Infante afirmou que a comissão já elaborou 90% do relatório, que será entregue à direção do Parlamento. Os resultados dessas investigações, segundo o deputado, devem ser levados a órgãos como as Nações Unidas ou o Tribunal Penal Internacional (TPI). (Com Agência EFE)