O presidente da Comissão de Segurança Interna da Câmara dos Deputados dos EUA entrou nesta terça-feira (16), com um processo federal acusando o ex-presidente Donald Trump, o seu advogado Rudolph Giuliani e dois grupos extremistas de envolvimento em uma conspiração ilegal que levou à invasão ao Capitólio, com o objetivo de impedir a confirmação da vitória de Joe Biden.
A ação civil acusa Trump e Giuliani de violarem a Lei Ku Klux Klan, de 1871, aprovada para reprimir a interferência política de supremacistas brancos, e é a mais recente tentativa de responsabilizar Trump pela violência em 6 de janeiro.
A ação também cita como réus os Proud Boys, que autodefinem como um grupo "chauvinista", e a milícia conhecida como Oath Keepers.
O comunicado de imprensa que anuncia o processo afirma que: "A insurreição foi o resultado de um plano cuidadosamente orquestrado por Trump, Giuliani e grupos extremistas como os Oath Keepers e Proud Boys, que compartilhavam o objetivo comum de utilizar intimidação, assédio e ameaças para impedir a certificação do Colégio Eleitoral".
No sábado passado, o Senado absolveu Trump de incitar a multidão no dia 6 de janeiro, em seu segundo processo de impeachment. Entre os 100 senadores, 57, incluindo sete republicanos, votaram pela condenação, quantia inferior aos 67 votos necessários.
Embora a maioria dos republicanos tenha votado contra a condenação de Trump, o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, afirmou que Trump era o responsável. "Não há dúvida de que o presidente Trump é praticamente e moralmente responsável por provocar os eventos daquele dia", disse McConnel, que alegou ter votado pela absolvição porque não poderia haver processo de impeachment contra um presidente que já deixou o cargo.
O deputado Bennie Thompson, um democrata que preside a Comissão de Segurança Interna da Câmara, é o autor do novo processo no Tribunal Distrital em Washington.
Os críticos disseram que Trump e Giuliani ajudaram a incitar o ataque durante o comício "Salve os EUA", onde ambos repetiram as alegações de que a eleição havia sido roubada. Na ocasião Giuliani disse à multidão "vamos ter um julgamento pelo combate". "Duvido que vão tirar nosso voto livre e justo."
Mais de 200 pessoas foram acusadas de crimes federais no ataque ao Congresso, que deixou cinco mortos.
Jason Miller, um conselheiro de Trump, rejeitou as alegações do novo processo, citando a absolvição do republicano no Senado. "O presidente Trump não planejou, produziu ou organizou o comício de 6 de janeiro", disse Miller em um comunicado.
Embora absolvido pelo Senado, Trump ainda pode ser afetado pelas investigações criminais. Segundo alguns juristas, é improvável que seja condenado. Mesmo assim, as investigações podem prejudicar sua reputação.
O FBI e os promotores federais têm se concentrado cada vez mais em saber se membros de grupos de extrema direita conspiraram para impedir o Congresso de certificar a vitória eleitoral do presidente Joe Biden.
Mais de 18 pessoas associadas aos Proud Boys foram acusadas até agora por seu suposto papel durante os distúrbios. Vários dos supostos associados do Proud Boys foram acusados, no processo, de conspirar para impedir o Congresso ou impedir a polícia de proteger o Capitólio.
Três supostos associados dos Oath Keepers também foram indiciados sob acusações de conspiração para invadir o Congresso já em novembro. Um deles - Thomas Caldwell - se declarou inocente na semana passada.
A agência Reuters relatou anteriormente que o Departamento de Justiça também está considerando a possibilidade de acusar membros dos grupos sob a lei federal conhecida como Rico, normalmente usada contra o crime organizado, embora uma decisão sobre isso não tenha sido tomada.
A Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor (numa tradução do inglês) e advogados do escritório de advocacia Cohen Milstein Sellers & Toll PLLC estão cuidando do litígio. Outros membros do Congresso, incluindo os deputados democratas Hank Johnson e Bonnie Watson Coleman, devem se juntar ao processo. Giuliani não foi encontrado para comentar o assunto.
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