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Política externa

Deputados aprovam planos de Sarkozy para liderar Otan

Nicolas Sarkozy (centro) diz que é hora de voltar ao comando da Otan: Guerra Fria e ameaças terroristas elevaram a necessidade de cooperação militar internacional | Pool Philippe Wojazer / AFP Photo
Nicolas Sarkozy (centro) diz que é hora de voltar ao comando da Otan: Guerra Fria e ameaças terroristas elevaram a necessidade de cooperação militar internacional (Foto: Pool Philippe Wojazer / AFP Photo)

O governo do presidente francês Nicolas Sarkozy venceu nesta terça-feira (17) um moção de confiança sobre os planos de colocar o país no comando militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), medida que muitos legisladores temem que pode comprometer a independência da França. Os deputados votaram a favor da política externa do governo - foram 329 votos a favor e 238 contra - após horas de debate acalorado sobre o papel do país na Otan na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento.

O primeiro-ministro conservador Francois Fillon propôs a moção em meio a forte oposição, tanto da direita quanto da esquerda, sobre a retomada de relações mais estreitas com a Otan. Procurando o consenso, Fillon anunciou que, em troca do retorno para o comando militar da aliança, a França receberia "indubitavelmente" o comando em Norfolk, Virgínia. Foi a primeira vez que alguém do governo confirmou que Paris receberia o posto. "Nós queremos tomar nosso lugar onde o futuro da Otan é discutido", disse Fillon sobre o posto de Norfolk.

O ex-presidente Charles de Gaulle retirou a França do comando militar da Otan em 1966, com o objetivo de assumir uma política menos orientada pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Sarkozy diz que é hora de voltar ao comando da organização, argumentando que o final da Guerra Fria e ameaças como o terrorismo elevaram a necessidade de cooperação militar internacional. Mas a perspectiva fez surgir tensões políticas num país que orgulha-se de estabelecer seu direcionamento diplomático e de defesa. "Nosso país não obedece ordens de ninguém", disse Fillon, defendendo a medida. "A França continuará a ser a França, com sua exigência pela verdade e sua exigência por grandeza.

A França, que mesmo depois da medida de De Gaule continuou a ser membro da Otan, tem grande número de tropas no Afeganistão e aumentou seu envolvimento na aliança nos últimos anos, mas não como um membro pleno. Voltar ao comando militar vai permitir que o país tome decisões importantes de planejamento e que tenha seus oficiais em postos de comando. Sarkozy não precisa de aprovação parlamentar para retornar ao comando militar da Otan e afirmou que vai enviar em breve uma carta ao comando da aliança anunciando sua decisão.

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