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Assembleia Nacional

Deputados chavistas voltarão ao parlamento de maioria opositora na Venezuela, diz regime

O ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez (centro), a vice-presidente Delcy Rodríguez (centro), e outras autoridades durante assinatura de acordo no Ministério de Relações Exteriores, Caracas, 16 de setembro de 2019 (Foto: Ministério das Relações Exteriores da Venezuela / AFP)

O ministro da Comunicação do regime de Nicolás Maduro na Venezuela, Jorge Rodríguez, anunciou nesta segunda-feira (16) que deputados chavistas retornarão à Assembleia Nacional (AN), o parlamento de maioria opositora liderada por Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países. Ele anunciou também a designação de um novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). As medidas são parte de um acordo firmado entre representantes do regime de Maduro e de quatro partidos políticos de oposição que estabeleceram uma mesa de diálogo alternativa, sem a participação do partido de Guaidó, o Voluntad Popular, e seus principais aliados.

A chamada "mesa nacional de diálogo" chegou a dez acordos, incluindo a reincorporação de deputados do Partido Socialista Unido de Venezuela (Psuv), de Nicolás Maduro, e seus aliados para a Assembleia Nacional, órgão considerado em desacato pelo regime. O vice-presidente do Psuv e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, disse que 54 deputados chavistas voltarão para a AN com o objetivo de preparar as futuras eleições do Poder Legislativo.

O acordo foi assinado pelos partidos de oposição minoritários Cambiemos, Avanzada Progresista, Movimiento al Socialismo e Soluciones. A mesa concordou também em rechaçar as sanções econômicas impostas contra a Venezuela e exigir a sua suspensão.

Esta nova mesa de diálogo foi anunciada depois da suspensão das negociações entre representantes da oposição e do regime de Maduro, mediadas pela Noruega, o chamado Mecanismo de Oslo. No domingo, Guaidó afirmou que o diálogo com o chavismo havia se esgotado e que daria início a uma "nova etapa de luta". Maduro havia suspendido as conversas 40 dias antes.

Guaidó revelou a proposta da oposição que foi negada pelo regime: "a saída de Maduro e a minha separação da presidência interina, e a conformação de um Conselho de Governo Plural para dar entrada à ajuda humanitária e convocar eleições presidenciais livres", disse pelo Twitter nesta segunda-feira.

Para Guaidó, a instalação de uma nova mesa de diálogo entre o regime e alguns grupos alternativos "só trará mais crise".

O ditador Nicolás Maduro comemorou o acordo e disse que a decisão estava sendo elaborada havia meses. "Quero celebrar com todo o país a assinatura deste acordo, é um passo acertado e necessário que abre todas as portas para o diálogo pela paz", afirmou Maduro em evento transmitido pela televisão estatal nesta segunda-feira, segundo o jornal El Universal.

Partidos venezuelanos rechaçaram o acordo entre o regime de Maduro e setores da oposição. A deputada da Assembleia Nacional Delsa Solórzano afirmou que o acordo "busca propiciar um golpe eleitoral contra o Poder Legislativo democraticamente eleito pelos venezuelanos".

O deputado Carlos Berrizbeitia apontou que o acordo firmado nesta segunda-feira não contempla novas eleições presidenciais, como havia proposto a delegação de Guaidó no Mecanismo de Oslo. "O acordo entre partidos políticos do regime de Nicolás Maduro, que armou a sua própria oposição, é rechaçado pelas forças democráticas e todo o país porque apenas busca manter Maduro [no Palácio de] Miraflores", disse.

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