O Congresso de Honduras começou a decidir, nesta quarta-feira, sobre a volta ou não do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder. Afastado em um golpe em 28 de junho, Zelaya chegou a ser expulso do país, mas retornou e desde 21 de setembro está abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Com um forte esquema de segurança nas proximidades do Congresso, os deputados chegaram e começaram os debates com duas horas de atraso. "Acho que vamos ratificar o que decidimos em 28 de junho", o dia do golpe de Estado, disse à Associated Press o deputado Johnny Handal, do Partido Nacional, que tem uma bancada de 55 deputados. No total, o Congresso hondurenho tem 128 deputados.

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Fora do Congresso, cerca de 300 manifestantes da Frente de Resistência contra o Golpe de Estado, pró-Zelaya, protestavam, contidos pela polícia.

O presidente do Congresso, José Alfredo Saavedra, insistiu que não existem pressões externas sobre os congressistas. Saavedra disse ter se encontrado com diplomatas de vários países e nenhum deles teria sugerido voto contra ou a favor da restauração de Zelaya.

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"Ninguém, absolutamente ninguém, insinuou que rota nós deveremos seguir" afirmou Saavedra. Segundo ele, os congressistas precisam considerar as extensas opiniões dadas pela Suprema Corte e outras instituições. As discussões poderão se estender até sexta-feira. O Congresso, em grande parte, é formado pelos mesmos políticos que votaram e aprovaram o afastamento de Zelaya no golpe de 28 de junho.

Na terça-feira, partidários de Zelaya disseram que lutarão pelo retorno dele ao cargo até o fim de seu mandato, em 27 de janeiro, quando o presidente eleito Porfirio Lobo deve assumir.

Lobo venceu eleições bastante criticadas no domingo, pelo fato de serem organizadas e realizadas durante a vigência do regime golpista. O Brasil afirma que não reconhecerá o novo líder, mas países como os Estados Unidos e a Colômbia já deram sinais de que pretendem reconhecer Lobo.

"Nós mantemos com firmeza a luta pela volta do presidente Zelaya, pela democracia em Honduras", afirmou Carlos Reina, importante assessor de Zelaya, na terça-feira. Reina deixou a embaixada brasileira, onde estava desde a volta em segredo do líder deposto, para trabalhar em uma nova estratégia para Zelaya

Centenas de partidários do presidente deposto fizeram uma passeata na capital hondurenha, no fim da segunda-feira, para rejeitar as eleições. Segundo eles, os números de comparecimento de mais de 60% foram inflados pelas autoridades.

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O presidente de facto, Roberto Micheletti, afastou-se do poder brevemente, durante os últimos dias do processo eleitoral. Micheletti disse que pretende reassumir o país nesta quarta-feira.