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Os deputados do Fidesz, o partido do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, se recusaram a participar de uma sessão urgente do Parlamento nesta segunda-feira (5), que tinha como objetivo votar o pedido de ingresso da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na agenda legislativa. A atitude dos parlamentares governistas gerou críticas da oposição.
A Hungria é o único país da OTAN que ainda não aprovou a adesão da Suécia, que foi solicitada em maio de 2022. Políticos que apoiam o governo de Orbán alegam que políticos suecos têm difamado a situação da democracia húngara, e que por isso não existe “pressa” no momento para ratificar o pedido. Informações veiculadas por agências internacionais apontam que no mês passado Orbán prometeu ao secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, que pediria a seu partido que fizesse a votação sobre a adesão da Suécia “na primeira oportunidade possível”.
No entanto, a sessão parlamentar desta segunda-feira, que foi apoiada por seis partidos de oposição, não contou com a presença dos deputados do Fidesz, frustrando a tentativa de marcar uma data para que ocorra a votação. A oposição acusou Orbán e seus deputados de “defenderem os interesses” do presidente russo, Vladimir Putin, que seria contrário ao fortalecimento da OTAN. Além disso, questionou a coerência do discurso pacífico do governo húngaro, que costuma falar de paz como seu único objetivo em relação à Ucrânia.
A demora da Hungria em aprovar a entrada da Suécia na OTAN tem irritado alguns aliados do país, que veem na ampliação da aliança uma forma de garantir a “paz e a segurança na Europa”. O embaixador dos Estados Unidos em Budapeste, David Pressman, declarou que seu país continuará “observando isso de perto e desejando que a Hungria tome uma decisão rapidamente”. Outros embaixadores de países da OTAN, como os da Eslováquia, Polônia, Dinamarca e Noruega, também estiveram presentes na sessão.