Deputados eleitos pela oposição venezuelana acusaram na quarta-feira o presidente Hugo Chávez de ter dado um golpe de Estado junto com a Assembleia Nacional ao aprovar leis que criam um "Estado Comunitário", regulamentam meios eletrônicos de comunicações e delegam poderes especiais ao presidente.

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Os novos deputados, eleitos em 26 de setembro, tomarão posse no dia 5 de janeiro e cerca de 40 por cento deles serão de oposição - ao contrário do que ocorre na atual legislatura, onde a bancada governista tem hegemonia quase total.

Os oposicionistas pediram que a população se una para rejeitar as medidas de maneira "pacífica, mas energicamente", a fim de "conquistar as plenas liberdades dos venezuelanos".

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"Condenamos energicamente o golpe de Estado que se encontra em pleno andamento por parte do regime e que procura implantar por meio do Estado totalitário e militarizado um sistema comunista da Venezuela", disseram os futuros parlamentares em nota conjunta.

Críticos dizem que Chávez apressou a tramitação da sua pauta legislativa para aproveitar sua ampla maioria na atual Assembleia. Na semana passada, ele ganhou poderes para governar por decreto durante 18 meses.

Participando de um ato com militares, Chávez minimizou as críticas que haviam sido lançadas também pela Fedecamaras, principal entidade empresarial venezuelana. Ele reiterou o caráter "profundamente democrático" da sua "revolução socialista".

Em entrevista à Reuters, a futura deputada oposicionista María Corina Machado disse que as leis recém-aprovadas violam a Constituição. "O governo perdeu a legitimidade (...) é um golpe de Estado a partir do Estado", afirmou, criticando também a alteração no regimento parlamentar que reduz o número de sessões da Assembleia.

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