Proposta de lei sobre genocídio é aprovada em Paris| Foto: AFP

A câmara baixa do Parlamento francês aprovou nesta quinta-feira (22) um projeto de lei que penaliza a negação do genocídio armênio, apesar das reiteradas advertências da Turquia de que tal decisão teria graves consequências diplomáticas e econômicas.

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O texto foi adotado por uma clara maioria dos aproximadamente 50 deputados presentes, com apenas uma meia dúzia de votos contra, e agora deverá ser submetido à votação no Senado, em data ainda não definida.

A proposta de lei se propõe a "reprimir a negação da existência dos genocídios reconhecidos pela lei" e estipula uma pena de prisão e multa de 45 mil euros.

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Em 2001, a França reconheceu o genocídio armênio realizado entre 1915 e 1917 durante o império otomano, que deixou 1,5 milhão de mortos, segundo os armênios.

Cerca de 4 mil manifestantes, representantes de organizações franco-turcas, seguiram a votação diante da sede da Assembleia Nacional em Paris, com cartazes onde era possível ler: "A história não deve servir à política".

O governo da Turquia já deixou claro que a aprovação desta lei terá consequências irreparáveis para as relações entre os dois países.

"Quero deixar bem claro que, se estes esforços chegarem ao seu objetivo, as consequências para as relações políticas, econômicas, culturais e qualquer outro domínio com a França serão graves", expressou o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, em uma carta enviada ao presidente francês, Nicolas Sarkozy.

"Desejamos sinceramente que você mantenha sua promessa de frear esta iniciativa e evite desta forma passos que terão consequências irreparáveis", afirmou Erdogan em sua carta.

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Após a aprovação da lei, o ministro das Relações Exteriores da Armênia, Edward Nalbandian, agradeceu à França pela atitude.

"Gostaria de expressar mais uma vez minha gratidão à França por sua liderança, à Assembleia Nacional e ao povo francês, disse o chanceler Nalbandian à AFP, acrescentando que a França "provou mais uma vez seu compromisso com os valores humanos universais".