Dois parlamentares noruegueses indicaram o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore para o Prêmio Nobel da Paz por ter contribuído para conscientizar o mundo sobre o problema das mudanças climáticas.
Desde que deixou o governo, em 2001, Gore vem fazendo palestras em várias partes do mundo sobre o problema do aquecimento global. No ano passado ele estrelou seu próprio documentário, ``Uma Verdade Inconveniente'', para defender a adoção de ação imediata para combater o problema.
``Acho que a mudança climática é a questão ambiental mais importante e ameaçadora deste século, e creio que Al Gore fez uma contribuição grande no sentido de incluir a questão na agenda global'', disse à Reuters o deputado conservador Boerge Brende.
Brende disse que Gore aumentou as chances de que os líderes mundiais cheguem a um consenso sobre medidas para combater as mudanças climáticas a partir de 2012, quando chega ao fim o primeiro período do Protocolo de Kyoto para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.
``Com seu filme, sua dedicação e sua diplomacia ativa entre líderes mundiais, Al Gore realmente fez o assunto avançar'', disse Brende, que foi ministro do Meio Ambiente da Noruega entre 2001 e 2004.
Os EUA assinaram o pacto de Kyoto em 1997, quando Gore era vice, mas o presidente Bill Clinton não chegou a submetê-lo à ratificação do Senado, sabendo que seria derrotado.
Em 2001 o presidente Bush tirou o país do tratado, dizendo que ele prejudicaria a economia americana e que excluía injustamente os países em desenvolvimento.
Se Gore ganhar o Nobel, não será o primeiro Nobel da Paz concedido por trabalho ambiental. Em 2004 a ambientalista queniana Wangari Maathai recebeu o prêmio por sua campanha de plantio de árvores na África.
Além de Al Gore, Brende e a deputada Heidi Sorensen, do partido oposicionista Esquerda Socialista, indicaram para o prêmio a militante inuit (esquimó) canadense Sheila Watt-Cloutier por seu trabalho de mostrar como as mudanças climáticas estão afetando a vida dos indígenas da região ártica.
O vencedor do prêmio é anunciado anualmente em outubro, em Oslo.