Obama é recepcionado por simpatizantes para o discurso da vitória, em Chicago| Foto: Shawn Thew/AFP

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Vencedor de uma das eleições mais disputadas dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama terá de aproveitar a segunda chance que recebeu do eleitorado para fortalecer a economia norte-americana. O democrata conquistou o direito a um segundo mandato ao derrotar o republicano Mitt Romney – até o fechamento desta edição ele havia garantido 303 delegados para o colégio eleitoral contra 206 de seu rival. Faltava ainda encerrar a apuração do estado da Flórida, que tem 29 delegados.

A redução das taxas de desemprego e as relações comerciais com outros países são alguns dos pilares da política do democrata nos próximos quatro anos, segundo analistas.

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Enlaces como as reformas tributária e imigratória anunciadas pelo presidente, no entanto, devem enfrentar resistência por parte do Congresso. Isso porque os republicanos mantiveram a maioria das cadeiras entre os deputados. Sem o apoio da Câmara, fica difícil a aprovação de mudanças significativas dentro do país, ainda que o Senado continue majoritariamente democrata.

"Sem o Congresso, as reformas fiscais e uma nova legislação para imigrantes não serão aprovadas nos Estados Unidos", diz Ângela Moreira, professora de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba). Uma das soluções para desatar esses nós seria recorrer à Suprema Corte do país, como ocorreu com a aprovação do novo sistema de planos de saúde – chamado de ObamaCare.

Internacional

Na política externa, Obama deve manter a agenda de diálogo em questões como a instabilidade do Oriente Médio e o reconhecimento da Palestina. As relações comerciais com países da América Latina não devem crescer nos próximos quatro anos, assim como a oposição à China – vista por analistas como a maior ameaça econômica aos EUA.

"A pedra no sapato da próxima gestão do presidente será o Irã", diz Vanessa Borges, professora de Relações Internacionais do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge). Se insistir no programa nuclear de seu país, Mahmoud Ahmadinejad forçaria uma intervenção do governo norte-americano. O conflito, nas palavras de Vanessa, tende a ser mais velado do que o prometido nos discursos de campanha do republicano Mitt Romney.

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Alvos para 4 anos

Próxima gestão do presidente norte-americano deve se concentrar em questões econômicas e internacionais

• Impostos

Obama anunciou durante a campanha que pretende aumentar impostos de famílias com renda superior a US$ 250 mil por ano. A medida deve encontrar resistência na Câmara, de maioria republicana. A classe média, por outro lado, espera se beneficiar dos cortes tributários prometidos pelo democrata.

• Empregos

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O desemprego caiu no último ano, mas a taxa na casa dos 8% é muito alta. Na próxima gestão, o presidente deve aumentar os esforços para manter empresas norte-americanas nos EUA, além de apostar na construção civil para gerar mais empregos.

• Saúde

A Suprema Corte aprovou este ano a reforma da saúde prometida por Obama em 2008. Algumas medidas do projeto, como a proibição da cobrança de valores altos pelas seguradoras para quem já está doente, entram em vigor em 2014. O próximo mandato deve concentrar esforços nas outras mudanças.

• Imigração

Durante a campanha, Obama anunciou que um de seus maiores erros foi não ter aprovado a reforma imigratória. Pedindo o apoio dos latinos, ele prometeu que iria lutar para que a mudança ocorresse no segundo mandato. A medida, no entanto, deve encontrar resistência no Congresso.

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• China

A pressão comercial contra a China não deve ser intensificada, embora o presidente norte-americano tenha anunciado que iria recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o subsídio dado pelos chineses à indústria automobilística.

• Oriente Médio

A instabilidade no Oriente Médio será um dos problemas a serem resolvidos pela nova gestão de Obama, assim como a influência do Irã, que se fortalece com o desenvolvimento de um programa nuclear. Além disso, o presidente deve concluir a retirada das tropas do Afeganistão e Iraque.

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