Bogotá – O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, obteve vitória arrasadora nas eleições de domingo, conquistando 62,2% dos votos e se transformando no primeiro presidente reeleito em mais de um século no país. Ele enfrenta agora um segundo mandato cheio de desafios nas áreas social e de segurança. Os colombianos se perguntam se o presidente liberal, que não tem partido mas conta com amplo apoio parlamentar, conseguirá encerrar a guerra civil, iniciada em 1964, mesmo ano da criação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

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Os 7,3 milhões de votos recebidos por Uribe foram interpretados como um reconhecimento pela sua política linha dura contra a guerrilha. "É um apoio sólido à política de segurança democrática", disse o senador Germán Vargas, que apóia Uribe.

Um dos primeiros desafios do presidente reeleito será consolidar a questionada negociação de paz com os esquadrões paramilitares de ultradireita e evitar o reagrupamento dos combatentes, afirmou o analista Rubén Sánchez. Embora 30 mil paramilitares já tenham se desarmado, há o temor de que surjam novos esquadrões para ocupar os espaços vazios, ou que a guerrilha de esquerda se aproveite da situação promovendo uma expansão militar para várias regiões do país.

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O pleito de domingo também consolidou a esquerda como a segunda força política do país. O candidato Carlos Gaviria, do Pólo Democrático Alternativo, recebeu 2,6 milhões de votos, o equivalente a 22,04%. Os resultados marcaram o desaparecimento do bipartidarismo tradicional da política colombiana, representado pela divisão entre liberais e conservadores.

"Acredito que seja o fim do bipartidarismo e o início de uma política baseada em coalizões (de centro-esquerda e centro-direita)", disse Rafael Guarín, analista da Universidade El Rosario. Pela primeira vez, o Partido Liberal ficou relegado ao terceiro lugar, com 1,4 milhão de votos para Horacio Serpa. Já o Partido Conservador sequer apresentou candidato.