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O governador da Flórida, Ron DeSantis, rebateu as críticas que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, fez contra uma nova lei contra a imigração ilegal publicada pelo estado americano.
Na semana passada, o Legislativo da Flórida aprovou uma lei que invalida carteiras de motorista e de identidade emitidas por outros estados para “migrantes não autorizados” e exige que hospitais coletem informações sobre o status de migração dos pacientes e as enviem às autoridades estaduais, entre outras medidas que buscam dificultar que pessoas sem autorização legal se instalem no estado.
A lei também prevê a destinação de mais US$ 12 milhões para a realocação de migrantes para outros estados americanos.
Antes de DeSantis promulgar a lei na última quarta-feira (10), Obrador afirmou que o governador da Flórida quer “tirar proveito da dor das pessoas, da dor dos migrantes, das necessidades das pessoas, em nome de ganhos políticos”.
“Isso é imoral. Isso é politicagem”, disse o presidente mexicano, que acusou DeSantis de tomar “medidas repressivas e desumanas contra os imigrantes na Flórida porque quer ser candidato” à presidência.
Em coletiva de imprensa em Fort Myers, DeSantis respondeu. “Temos esse presidente mexicano, que está criticando a Flórida por promulgar leis contra a imigração ilegal. Parece-me que ele tem um desastre nas mãos. Ele tem cartéis totalmente fora de controle comandando o país dele e todos os milhões de pessoas que estão vindo para o nosso país estão atravessando o país dele. Que tipo de país permite que milhões de pessoas simplesmente atravessem assim?”, disse o governador republicano.
À meia-noite de quinta (11) para sexta-feira (12) no horário do leste dos Estados Unidos (uma hora da madrugada no horário de Brasília), chegou ao fim nos Estados Unidos o Título 42, uma medida sanitária que permitia a expulsão automática da maioria dos imigrantes ilegais que chegavam à fronteira sul do país, sem lhes dar a oportunidade de solicitar asilo.
O receio é que a derrubada do Título 42, que ocorreu devido ao fim da emergência sanitária de Covid-19, estimule ainda mais a migração ilegal.