Xephora Sarah Azzahra, no quarto da avó que morreu no desastre do voo MH17, em Kuala Lumpur, a capital malasiana| Foto: Olivia Harris/Reuters

Consequências

EUA e Europa vão ampliar sanções contra a Rússia

Reuters

Líderes norte-americanos e europeus concordaram ontem em impor sanções mais abrangentes aos setores financeiro, de defesa e energia da Rússia, enquanto a Ucrânia disse que suas forças se aproximaram do local da queda do avião da Malaysia Airlines, no leste do país.

As novas sanções, que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e líderes de Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália discutiram em uma teleconferência, têm o objetivo de aumentar a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, depois que o avião malaio foi abatido enquanto voava sobre um território controlado por rebeldes pró-Rússia.

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298 pessoas morreram no desastre envolvendo o voo MH17, da Malaysia Airlines. O acidente ocorreu quando o avião seguia rumo à Holanda. Suspeita-se que, quando a aeronave sobrevoava o leste da Ucrânia, área disputada entre rebeldes pró-Rússia e Kiev, ela teria sido abatida por um míssil dos separatistas.

O desastre com o avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia pode ser considerado um crime de guerra, informou ontem o Alto Comissariado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O chefe da agência da ONU, Navi Pillay, pediu uma investigação rígida sobre a possível violação das leis internacionais que possam ter ocorrido na queda do voo MH17.

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O comentário coincide com a divulgação do relatório que registra a morte de pelo menos 1.129 pessoas nos conflitos no leste da Ucrânia até o último fim de semana. O documento diz ainda que 3.442 pessoas ficaram feridas e mais de 100 mil tiveram de deixar suas casas desde o acirramento do conflito em abril.

"A violação da lei internacional pode ser considerada um crime de guerra nessas circunstâncias [do voo MH17]", disse. "É imprescindível que uma imediata, efetiva e imparcial investigação seja conduzida sobre esse incidente." Durante o fim de semana, o conflito entre as tropas do governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia impediu que o grupo de investigadores holandeses e australianos chegasse ao local dos destroços. Os corpos e os restos mortais de algumas vítimas ainda não foram recuperados e a equipe enviada à Ucrânia afirma que não conseguiu iniciar um investigação apropriada na região onde estão os destroços do avião.

Kiev retoma territórios de separatistas

Reuters

A Ucrânia disse ontem que as suas tropas tinham retomado mais territórios dos rebeldes pró-Rússia e avançaram em direção ao local onde o voo MH17 da Malaysia Airlines foi derrubado, ao qual os investigadores internacionais dizem não poder ter acesso devido aos conflitos.

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Autoridades ucranianas disseram que suas tropas haviam recuperado o controle de duas cidades próximas ao local da queda do avião e estavam tentando tomar a vila de Snezhnoye, perto de onde os governos da Ucrânia e dos Estados Unidos alegam que os rebeldes dispararam o míssil que derrubou a aeronave, matando as 298 pessoas a bordo. Uma milícia pró-governo disse que 23 de seus homens foram mortos em combates nas últimas 24 horas.

A análise da caixa preta do avião mostrou que ele foi destruído por estilhaços de uma explosão do míssil que causou uma "enorme descompressão explosiva", disse ontem uma autoridade da Ucrânia.

Os investigadores na Grã-Bretanha, que acessaram os dados, não fizeram nenhum comentário. Eles disseram que tinham passado as informações para os responsáveis pela investigação internacional do caso, liderada pela Holanda, cujos cidadãos constituem dois terços das vítimas.

Líderes ocidentais dizem que os rebeldes quase certamente derrubaram o avião por engano, com um míssil russo. A Rússia responsabiliza o governo ucraniano.

Espaço

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Companhias aéreas globais vão tentar obter "informação neutra" sobre a possibilidade de usar ou evitar o espaço aéreo sobre zonas de conflito na reunião da agência de aviação da ONU. A Organização da Aviação Civil Internacional convidou os presidentes de empresas, aeroportos e redes de controle de tráfego aéreo do mundo para a reunião, em Montreal.