O número de trabalhadores mortos na explosão seguida de incêndio ocorrida na terça-feira em uma mina de carvão na cidade turca de Soma continuou a subir ontem e tornou-se o mais mortífero acidente do gênero na história da Turquia.
Até o fechamento desta edição, 274 corpos haviam sido retirados do interior da mina, segundo boletim divulgado pelo ministro de Energia da Turquia, Taner Yildiz.
A tristeza e a revolta com a tragédia resultaram em um protesto, ontem, em Soma. Jovens saíram às ruas da cidade, situada a cerca de 250 km de Istambul, e seguiram em passeata até um diretório do partido do governo. Houve confronto com a polícia, que usou canhões da água e bombas de gás lacrimogêneo para dispensar os manifestantes.
Também ontem, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Recep Erdogan, visitou a cidade e prometeu uma investigação completa do caso. Ele declarou três dias de luto nacional pelos mortos e cancelou uma viagem à Albânia para visitar Soma.
Muitos na multidão, a maior parte parentes das vítimas, expressaram seu desagravo contra o chefe de governo, jogando pedras contra sua comitiva e chamando-o de "assassino" e "ladrão".
O premiê tentou minimizar a manifestação, dizendo que alguns grupos querem se aproveitar politicamente da tragédia. "Eu gostaria de reiterar que para manter a paz e a unidade da nossa nação é muito, muito importante, que não prestemos atenção neles", disse Erdogan.
O ministro da Energia, Taner Yildiz, declarou que a maioria dos trabalhadores morreu por intoxicação, causada pela ingestão de monóxido de carbono. Ele informou ainda que 787 pessoas estavam dentro da mina de carvão no momento da explosão.
Segundo a Soma Holding, empresa que explora a mina, quase 450 mineiros foram socorridos até o momento. Ainda não se sabe, porém, se mais pessoas ainda estão no subsolo.