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Terremoto

Desastre precipitou queda do primeiro-ministro

Os eventos de 11 de março do ano passado devastaram o país e também a popularidade do então primeiro-ministro do país, Naoto Kan. Cinco meses depois do desastre, Kan se viu obrigado a renunciar em meio a baixos índices de popularidade e sob forte pressão, com críticas crescentes pela falta de liderança que demonstrou após a crise em Fukushima.

"Faltou liderança e iniciativa. Tinha de fazer o que um político faria: colocar uma jaqueta e ir para a área do desastre, anunciar medidas nos meios de comunicação", avalia o presidente do Cen­­tro Brasileiro de Relações Inter­­na­­cionais (Cebri) e ex-embaixador do Brasil no Japão (2008-2010), Luiz Augusto de Castro Neves.

Para ele, Kan foi burocrático.

Análise semelhante fez o diretor acadêmico das Faculdades Integradas Rio Branco, Alexandre Uehara. "[A crise em Fukushima] foi talvez um dos momentos mais importantes depois da Segunda Guerra, e o premiê não aparecia. Na maioria das vezes, era o porta-voz quem aparecia", lembra Ue­­hara. Ele diz que Kan perdeu a oportunidade de se posicionar co­­mo liderança importante no Ja­­pão e se fortalecer.

Uehara disse que os altos índices de instrução do país tornam a população japonesa bastante ativa em termos de cobrança aos go­­vernantes.

"No Japão, a opinião pública é importante para a manutenção ou não do premiê", explica.

Kan conseguiu evitar um voto de desconfiança do Parlamento no início de junho, prometendo renunciar assim que leis relativas à reconstrução do país fossem aprovadas, o que ocorreu no fim de agosto.

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