Porto Príncipe - O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês) pediu ontem o desbloqueio dos fundos de emergência para enfrentar o surto de cólera no Haiti, que já matou 1.415 em pouco mais de um mês.
Há onze dias, a ONU pediu US$ 164 milhões para combater a doença na ilha, mas apenas US$ 6,8 milhões foram liberados. "O financiamento é muito débil. É uma situação de extrema urgência, uma questão de horas. A epidemia não espera e continua evoluindo", disse Elisabeth Byrs, porta-voz da Ocha.
Ela afirmou ainda que é urgente reabastecer as reservas de material e de medicamentos e ampliar a lista de voluntários. Segundo ela, são necessárias ao menos 130 pessoas para cuidar de um centro de tratamento de cólera com cem leitos.
Atualmente, o Haiti tem 36 centros de tratamento da cólera e 61 unidades menores.
O número de mortos por causa da epidemia de cólera no Haiti aumentou para 1.415 e um total de 60.240 pessoas já foram atendidas em centros médicos desde o início do surto da doença, em 19 de outubro, revelou o Ministério da Saúde haitiano.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância da ONU (Unicef) informou ontem que intensificou a campanha informativa para prevenir a cólera no Haiti. O Unicef revelou em comunicado que, ao lado de organizações parceiras, está pendurando cartazes e transmitindo informações sobre a prevenção da cólera por megafone nos distritos afetados.
A especialista em saúde do organismo da ONU, Mireille Tribie, explicou que a mensagem principal da campanha informativa é que a doença, que pode ser fatal, tem prevenção e tratamento.
"Dizemos à população como se previne, os mecanismos para evitar a infecção e as práticas higiênicas que devem ser aplicadas imediatamente. Além disso, a cólera pode ser tratada se o paciente for diagnosticado", ressaltou.
Enquanto isso, o coordenador do Unicef em Artibonite, Frank Kashando, afirmou que "uma das maneiras mais eficazes de frear a cólera é a prevenção através da comunicação". "Divulgamos as mensagens através de megafones, que é a maneira mais rápida, mas também falamos individualmente com as pessoas e entregamos folhetos que ensinam como combater a cólera", acrescentou.
O Unicef informou que continua enviando provisões adicionais e pessoal às áreas afetadas pelo surto.
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