A partícula conhecida como bóson de Higgs está ligada a questões essenciais da estrutura e evolução do universo. Essa importância fundamental está sendo confirmada tanto teórica como experimentalmente nos últimos anos. Nesse período, um grupo de cientistas trabalhou para a confirmação da existência da partícula.
O modelo que prevê a existência da partícula de Higgs está incluído na chamada teoria quântica de campos (TQC). A TQC trata as partículas elementares da natureza como estados excitados de um campo. Por exemplo, uma onda eletromagnética pode ser vista, em certas situações, como um conjunto de fótons. O campo associado ao bóson de Higgs seria o campo de Higgs.
A TQC está fortemente ligada a um dos pilares da física: a teoria da relatividade de Einstein. O conceito de espaço-tempo, a equivalência entre massa e energia e o valor da velocidade de propagação da luz são ideias fundamentais para compreender os fenômenos observados e confirmar que os indícios da existência do bóson de Higgs são bem fortes e confiáveis.
Dentro da TQC se encontram também as chamadas teorias de gauge, que incluem como fundamento o conceito de simetria. Essas simetrias identificariam as propriedades fundamentais das forças da natureza (forças nucleares, eletromagnética, gravitacional). Essas forças, inicialmente unificadas, se manifestariam individualmente na medida que o universo foi se expandindo e abaixando sua temperatura. Segundo a linguagem da TQC, estaria ocorrendo uma quebra de simetria.
No caso particular do mecanismo de Higgs aconteceria um tipo especial de quebra: uma quebra espontânea de simetria. Em poucas palavras, essa quebra aconteceria em uma certa época da expansão do universo pelo simples fato de que o estado de mínima energia das partículas elementares deve ser único.
Outra consequência fundamental dessa quebra espontânea é o fato de diversas partículas elementares possuírem massa (que formarão, a partir desse ponto, a matéria ordinária, na terminologia da cosmologia). Esses eventos e propriedades são fundamentais para entender a estrutura atual do universo, assim como o comportamento da natureza em escala subatômica de maneira geral.