Um esqueleto humano de 4,4 milhões de anos atrás mostra que os humanos não evoluíram de ancestrais semelhantes aos chimpanzés, relataram pesquisadores nesta quinta-feira.
Em vez disso, o elo perdido - o ancestral comum aos humanos e aos macacos de hoje - era diferente de ambos e os macacos evoluíram tanto quanto os humanos a partir desse ancestral comum, afirmaram eles.
Os pesquisadores salientaram que "Ardi" deve ser agora o hominídeo mais antigo que se conhece, mas não é o elo perdido. "Em 4,4 milhões de anos atrás encontramos algo um tanto perto disso", disse Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que ajudou a coordenar a equipe de pesquisa.
Eles descreveram o esqueleto parcial de uma fêmea do "Ardipithecus ramidus". A espécie hominídea viveu há 4,4 milhões de anos no que agora é a Etiópia.
A criatura de 1,2 metro é um milhão de anos mais velha que "Lucy" - o esqueleto de uma outra espécie, chamada "Australopithecus afarensis", um dos pré-humanos mais conhecidos.
O estudo genético sugere que os humanos e nossos parentes mais próximos, os chimpanzés, diferenciaram-se há 6 milhões ou 7 milhões de anos, embora algumas pesquisas sugiram que isso pode ter ocorrido há 4 milhões de anos.
"Ardi" é claramente um ancestral humano e seus descendentes não viraram chimpanzés ou macacos, relataram os pesquisadores na revista Science.
Ela tinha uma cabeça semelhante a de macaco e dedos dos pés oponíveis que permitiam que ela subisse em árvores com facilidade, mas suas mãos, pulsos e pélvis mostram que ela caminhava como um humano moderno e não como um chimpanzé ou um gorila.
"As pessoas meio que assumiram que os chimpanzés modernos não evoluíram muito, que o último ancestral comum era mais ou menos como um chimpanzé e de que a linhagem humana passou por toda a evolução", afirmou White.
Mas "Ardi" é "ainda mais primitiva que um chimpanzé", disse White.