Cientistas americanos descobriram uma nova fonte de células-tronco no líquido amniótico, o qual envolve os embriões humanos em desenvolvimento, revelou um relatório divulgado no domingo pela revista "Nature Biotechnology".

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Segundo o relatório, essas células-tronco já foram utilizadas para criar tecido muscular, ósseo, vasos capilares, nervos e células hepáticas.

Os cientistas afirmaram que as células-tronco podem substituir células e tecidos lesionados por doenças como o diabetes e o mal de Alzheimer.

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- Nossa esperança é de que estas células proporcionem um recurso valioso para reparar e criar órgãos - disse o pesquisador Anthony Atala, diretor do Instituto de Medicina Regenerativa da Escola de Medicina da Universidade de Wake Forest, na Carolina do Norte.

Segundo o cientista, que trabalhou na pesquisa durante sete anos, há muito tempo se sabe que a placenta e o líquido amniótico contêm células-tronco do embrião em desenvolvimento.

- Nós nos perguntamos: existe alguma possibilidade de conseguirmos capturar verdadeiras células-tronco dentro desta população celular? A resposta é sim - afirmou.

Os cientistas acreditam que estas novas células-tronco, chamadas "células derivadas do líquido amniótico" (AFS, na sigla em inglês), podem representar uma etapa intermediária entre as células-tronco embrionárias e as células-tronco adultas.

De acordo com os especialistas, essas novas células-tronco têm marcadores que se ajustam aos dois tipos celulares.

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- Estas células são capazes de se renovarem, uma característica que define as células-tronco. Elas também podem ser utilizadas para produzir uma ampla gama de células que podem ser valiosas em um tratamento - afirmou Atala.

Uma vantagem importante das células AFS para aplicações médicas é sua disponibilidade imediata, segundo os cientistas.

O relatório informa que as AFS foram recolhidas de líquido amniótico retirado na amniocentese, um procedimento utilizado para diagnosticar, no período pré-natal, o risco de problemas genéticos no bebê.

Também foram extraídas células-tronco da placenta e de outras membranas, como o cordão umbilical, que são expulsas do corpo da mãe após o parto.

Nos Estados Unidos, ocorre uma média de quatro milhões de nascimentos por ano, o que possibilita uma grande disponibilidade deste tipo de células para uso em potenciais tratamentos, segundo os cientistas.

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Além de sua fácil coleta, estas células têm uma grande capacidade de reprodução, já que se duplicam a cada 36 horas, afirmaram os pesquisadores.

Atala disse ainda que, até agora, não foi determinado o espectro total de células que podem ser obtidas por meio do uso das AFS . No entanto, ele ressaltou que até o momento a equipe teve sucesso em todos tipos celulares que tentou produzir a partir destas células.