Em um sítio arqueológico no condado de Cambridge, na Inglaterra, centenas de resquícios de uma comunidade que existiu há três mil anos estão chamando a atenção de arqueologistas. O local apresenta uma quantidade sem precedentes de evidências da vida na Idade do Bronze, e está sendo comparado à antiga cidade romana de Pompeia em termos de acontecimentos históricos. As informações são do jornal CNN.
Iniciadas há dez meses, as escavações fazem parte do projeto Must Farm, conduzido pela Unidade de Arqueologia da Universidade de Cambridge. Com os trabalhos, foi possível encontrar objetos que vão além de peças de cerâmica, comuns nesse tipo de pesquisa. A equipe chegou a resgatar uma roda de madeira de um metro de diâmetro, uma espada, objetos de caça, canoas, entre outros.
O sítio está localizado nas margens de um rio, e muitos dos achados se encontravam nas profundezas das águas. Por meio de expedições de mergulho, os estudiosos trouxeram à tona antigos tesouros romanos, cerca de 80 fragmentos têxteis, pérolas e um crânio humano usado como adorno.
Cotidiano
Vestígios de cinco residências já foram desenterrados no local, o que possibilita a visualização de como era o cotidiano na época. Cada uma das ‘casas’ continha um conjunto de cerca de uma dúzia de potes simples, feitos à mão. Alguns ainda continha restos de comida – um mingau de cereal de algum tipo.
Veja imagens das descobertas do projeto Must Farm
Os homens da Idade do Bronze cultivavam a terra e manejavam florestas. Os arqueólogos acreditam que a paliçada – uma cerca de proteção encontrada no assentamento – foi colhida em um bosque plantado cerca de 20 anos antes.
Em termos de ferramentas de caça, 15 cabeças de machado, cinco cabeças foice e cinco pontas de lança também estavam na região. Um dos achados mais raros, a ponta de lança foi encontrada com o cabo ainda encaixado.
Ainda mais a descobrir
A cidade aparenta ter sido evacuada em um incêndio, já que aproximadamente quatro mil peças de madeira queimadas estavam na região – o fogo, inclusive, pode ter sido responsável pela preservação dos artefatos. A equipe ainda precisa responder questões como “a aldeia foi atacada por outras pessoas?”, “por que a população não voltou para buscar seus pertences?” “o fim da civilização se deu por conta do incêndio ou por outros motivos, como doenças?”.
Chefe das escavações, Mark Knight explicou à CNN que está animado com as evidências: “eu penso que encontrei uma paisagem que tem história, uma história que não foi descrita nem visitada antes”. “Nós somos os primeiros a explorá-la”, vibra. Todos os indícios demonstram que a vida no fim Idade do Bronze era muito mais avançada em termos tecnológicos do que a história registrava até então.
Colaborou: Cecília Tümler
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