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Washington (Reuters) – Uma nova técnica de detecção de planetas conseguiu localizar o planeta mais parecido com a Terra em torno de uma estrela, anunciou há alguns dias um grupo de cientistas do projeto Ogle (Experimento com Lentes Gravitacionais, na sigla em inglês) na Fundação Nacional de Ciências dos EUA, em Washington. A descoberta aumenta a expectativa de que se encontre algum lugar capaz de abrigar vida em torno de outras estrelas que não o Sol. O estudo é o tema da atual edição da Nature, uma das mais conceituadas revistas científicas do mundo.

Nos últimos dez anos, os astrônomos descobriram mais de 160 planetas fora do Sistema Solar. A ampla maioria são gigantes gasosos, semelhantes a Júpiter, onde jamais poderá haver vida tal qual a conhecemos. O projeto Ogle, no entanto, achou um planeta frio, que orbita uma estrela a cerca de 20 mil anos-luz, na constelação de Sagitário, perto do centro da Via-Láctea. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano — 10 trilhões de quilômetros, aproximadamente.

Para encontrar o novo planeta – o OGLE-2005-BLG-390 Lb — a equipe usou microlentes gravitacionais. A técnica baseia-se no uso de uma rede de telescópios que observam mudanças na luz emitida por estrelas distantes. Se outra estrela passa entre a observada e a Terra, a gravidade da estrela que intervém age como uma lente e amplia a luz que chega do astro mais distante. Quando um planeta está orbitando uma estrela mais próxima, a gravidade do planeta pode também deixar sua marca na luz. Essa "assinatura luminosa" foi observada pelos pesquisadores do Ogle no dia 11 de julho de 2005.

Inicialmente, os cientistas do Ogle não sabiam que a mudança de luz era provocada por um planeta. Recorreram então a dois outros grupos científicos munidos de telescópios, o RoboNet e o Planet, que acabaram confirmando a presença de um planeta até então desconhecido.

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