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Ciência

Descoberto um raro tipo de gêmeos humanos

Um raro tipo de gêmeos acaba de ser descoberto. Eles são idênticos por parte de mãe, mas compartilham apenas a metade dos genes do pai. Chamados de semi-idênticos, os gêmeos são fruto da fertilização de um único óvulo por dois espermatozóides. Os gêmeos semi-idênticos são quimeras, o que significa que suas células não são geneticamente uniformes. Cada espermatozóide contribuiu com genes para as duas crianças.

- A semelhança entre eles os coloca em algum lugar entre os gêmeos idênticos e os gêmeos fraternos - declarou a geneticista americana Vivienne Souter.

A descoberta desse raro tipo de gêmeos é resultado de uma série de eventos pouco comuns e não necessariamente ligados: primeiro, um óvulo que é fertilizado por dois espermatozóides consegue se transformar em um embrião; segundo, esse embrião se divide para formar gêmeos; e, terceiro, o caso dessas crianças chega ao conhecimento da comunidade científica. Outros casos podem passar despercebidos. A descoberta foi publicada na revista "Journal of Human Genetics".

- Sabemos que isso poderia acontecer, mas dificilmente veremos um outro caso assim - garante Charles Boklage, especialista em gêmeos, à revista "Nature".

Souter e sua equipe começaram a estudar os gêmeos porque um deles nasceu com a genitália ambígua. Descobriu-se que essa criança é um tipo especial de hermafrodita, com tecidos de ovários e testículos. O outro gêmeo é anatomicamente masculino.

Testes feitos nas crianças revelaram que cada uma delas possui células "femininas", com dois cromossomos X; e algumas células "masculinas", com cromossomos X e Y. A proporção de cada tipo varia de acordo com a parte do corpo. Os bebês foram concebidos normalmente e seu crescimento e suas habilidades parecem ser normais.

Gêmeos fraternos são gerados quando dois óvulos encontram dois espermatozóides no útero. Cada um deles é fertilizado de forma independente e se torna um embrião. Com gêmeos idênticos ou univitelinos, um óvulo é fertilizado por um espermatozóide, e o embrião posteriormente se divide em dois.

Ocasionalmente, dois espermatozóides podem fertilizar um único óvulo. Acredita-se que a probabilidade de essa dupla fertilização acontecer é de 1%. Um embrião gerado dessa forma normalmente não sobrevive. Os que conseguem são chamados quimeras e possuem células com os cromossomos X e Y.

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