• Carregando...

Entenda

A doença do esquecimento

O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência. É uma doença cerebral degenerativa que afeta a memória, o raciocínio, o comportamento e a capacidade de realizar afazeres comuns do dia a dia. Tem tratamento para amenizar os sintomas e retardar a perda das funções cognitivas, mas é considerada incurável. Cerca de 15 milhões de pessoas no mundo têm a doença, segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil.

Em pesquisas sobre as causas genéticas do mal de Alzheimer, cientistas identificaram cinco no­­vos genes, dobrando o número anteriormente conhecido de ge­­nes ligados à doença. Se medicamentos ou mudanças de estilo de vida puderem ser criados para combater essas variações genéticas, mais de 60% dos casos de Al­­zheimer poderão ser prevenidos, segundo os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado ontem na revista Nature Genetics.

Essas descobertas devem de­­morar, porém, pelo menos 15 anos, disseram eles. "Estamos começando a juntar as peças do quebra-cabeça e a entender melhor a do­­ença", disse Julie Williams, do Centro de Genética e Genômica Neuropsiquiátricas da Universi­­dade de Cardiff, que liderou o estudo. "Se conseguirmos eliminar os efeitos colaterais dos tratamentos com genes, esperamos que possamos então reduzir a proporção de pessoas que contraem Alzheimer a longo prazo."

Os pesquisadores afirmam que as variantes genéticas encontradas destacam as diferenças específicas em pessoas que contraem Alzheimer, incluindo va­­riações no sistema imunológico, no modo pelo qual o cérebro lida com o colesterol e lipídios, bem como um processo chamado en­­docitose, que remove proteínas tóxicas do cérebro. Os cientistas suspeitam que os genes podem explicar de 60% a 80% do risco de Alzheimer de início tardio, o tipo que se manifesta na velhice.

Para encontrar novas variantes do gene, Williams e um grupo internacional de pesquisadores analisaram dados de 25 mil pessoas portadores do mal de Alzheimer e 45 mil pessoas saudáveis que foram usados como "controles". Eles descobriram que variações comuns do gene chamadas ABC­­A7, EPHA1, CD33 e CD2AP e MS42­­A estavam relacionados a um risco maior de desenvolver a doença.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]