O Papa Beto XVI na chegada a Benin, nesta sexta-feira (18)| Foto: Alessandro Bianchi/Reuters
O Para Bento XVI na Catedral de Cotonou, a capital do Benin, nesta sexta-feira (18)
O Papa Bento XVI e o presidente do Benin, Thomas Yayi Boni, na capital Cotonou
Bento XVI (L) deixa a Catedral de Cotonou, no Benin, nesta sexta-feira (18)

Em sua segunda viagem à África como líder da Igreja Católica, o Papa Bento XVI pediu na sexta-feira (18) que os países africanos resistam à tentação de se render às forças do mercado à medida que eles crescem e se modernizam. O papa chegou à maior cidade de Benin, na África Ocidental, no início de uma viagem de três dias cujo ponto alto será a publicação de um documento papal sobre a África escrito após um sínodo de bispos africanos no Vaticano em 2009. Benin é considerado o berço do vodu na África e o Papa deve se encontrar com líderes de religiões tradicionais neste sábado (19). Em seu discurso de chegada, o Papa falou sobre a necessidade de os países africanos se modernizarem, mas afirmou que isso não deve acontecer a qualquer custo. Entre as "armadilhas", ele afirmou que os países africanos devem evitar a "rendição incondicional às leis do mercado e das finanças". Ironicamente, o novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, foi até o aeroporto de Roma despedir-se de Bento XVI. O governo do premiê tem a tarefa de introduzir reformas econômicas para salvar a Itália - e possivelmente a Europa - da ruína financeira por causa da instabilidade dos mercados financeiros. Ele pediu que as nações evitem os possíveis efeitos "destrutivos" das forças do mercado, assim como o tribalismo, as tensões inter-religiosas e a erosão dos valores humanos, culturais, éticos, familiares e religiosos. "A transição para a modernidade precisa ser guiada por critérios seguros baseados em valores reconhecidos", afirmou ele, acrescentando que esses são "a dignidade da pessoa humana, a importância da família e o respeito à vida". Falando a jornalistas que estavam a bordo do avião que o levou para a África, o Papa também falou sobre algumas das principais questões que afetam o continente e a Igreja Católica na região.

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Ele afirmou que o mundo deveria perguntar por que boa parte do continente ainda estava tão necessitada após tantas tentativas internacionais de ajudar a África.