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FMI

Desemprego na Venezuela está subindo a níveis nunca vistos no mundo desde o fim da guerra da Bósnia

Sob o regime Maduro, desemprego acelerou a níveis não vistos desde o fim da guerra da Bósnia | Foto: Federico Parra/AFP
Sob o regime Maduro, desemprego na Venezuela acelerou a níveis não vistos desde o fim da guerra da Bósnia | Foto: Federico Parra/AFP (Foto: AFP)

A taxa de desemprego na Venezuela está subindo a níveis nunca vistos no mundo desde que a guerra da Bósnia chegou ao fim, há mais de duas décadas, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O desemprego chegará a 44,3% em 2019 e atingirá quase metade da força de trabalho da Venezuela em 2020, informou o FMI em sua publicação World Economic Outlook, publicada nesta semana. O desemprego na Bósnia e Herzegovina foi de 50% em 1996, imediatamente após a guerra interna de três anos e meio, segundo a organização.

A depressão venezuelana está entre as catástrofes econômicas mais profundas já sofridas por uma nação que não está em guerra. Somente neste ano, a produção do país sul-americano encolherá um quarto – a maior queda registrada no mundo desde o início da guerra civil na Líbia em 2014, segundo o FMI. A contração tornou-se tão grande que está gerando um "arrastamento considerável" no crescimento, não apenas na América Latina, mas também nos mercados emergentes como um todo.

Muitas empresas e lojas permanecem fechadas no que antes eram os distritos comerciais mais movimentados da capital, Caracas. Dentro dos bairros de Sabana Grande e Las Mercedes, poucas pessoas entram em lojas cujas prateleiras estão vazias ou cheias de um único produto. As pessoas estão à míngua e mal consegue superar a escassez e a hiperinflação; à taxa de hoje, o salário mínimo mensal de 18.000 bolívares (US$ 5.50) de um funcionário não é suficiente para pagar um McDonald's Lanche Feliz.

O índice de rastreamento de ofertas de emprego no país caiu 42% em março em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a consultoria Econometrica.

América Latina

Com a Venezuela diminuindo a produção da região, além de uma perspectiva mais fraca para o Brasil e o México, o FMI reduziu sua previsão de crescimento de 2019 para a América Latina e o Caribe de 2% para 1,4%.

Nas duas maiores economias da América Latina, a fraca atividade e a inflação moderada significam que os bancos centrais brasileiros e mexicanos podem manter uma política monetária acomodatícia, segundo o FMI. No México há "margem para cortar taxas se necessário".

Uma pepita de notícias positivas chegou à Argentina, atualmente sob um acordo com o FMI para uma linha de crédito recorde de US$ 56 bilhões. O fundo espera que a recessão do país seja menor do que a estimada anteriormente em 2019, com a retomada do crescimento no segundo semestre do ano devido ao aumento da renda disponível e uma recuperação pós-seca na produção agrícola. Além disso, a estabilização e a recuperação financeira da Argentina significam um crescimento de médio prazo acelerando para cerca de 3,5% e contribuindo para um crescimento regional mais forte, afirma o relatório.

Ainda assim, os riscos negativos são notáveis ​​e, caso ocorram, podem provocar uma mudança nas preferências dos investidores para longe dos ativos em pesos, o que poderia pressionar a moeda argentina.

"A implementação contínua do plano de estabilização no âmbito do programa de reforma econômica apoiado pelo FMI é crucial para reforçar a confiança dos investidores e restaurar o crescimento sustentável", diz o relatório. "Para este fim, atingir a meta de equilíbrio fiscal primário de zero em 2019 e 1% do PIB em 2020 é essencial para reduzir as necessidades de financiamento e evitar reacender as pressões de liquidez".

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