Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Econômico (Pnud) revelam que o Chile falha não só na distribuição da riqueza mas também ao não dar acesso igualitário à educação de qualidade e a empregos com contrato e carteira assinada aos jovens.
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Para a OCDE, que comparou os índices Gini (que mede a brecha entre a renda dos lares mais ricos e dos mais pobres), o Chile se mantém como o país mais desigual dos que integram o bloco. "A redistribuição da renda não mudou nos últimos dez anos, mesmo com a maior participação no mercado de trabalho das mulheres e outras minorias", diz o pesquisador Horacio Levy.
O Pnud lançou recentemente o documento "Desiguales", sobre o Chile, mostrando que a desigualdade de renda e de oportunidades são visiveis"nos tons de pele, nos sobrenomes, na geografia das grandes cidades e da periferia, nas amplas casas com vista para o mar e nos parques conservados perto de ruas que se inundam e ônibus lotados".
A desigualdade preocupa o Pnud porque o Chile é o primeiro colocado da região em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Porém, quando se inclui a desigualdade no cálculo do índice, o país cai 12 posições.
O comunicado diz que os mais atingidos pela desigualdade são as mulheres, a população rural, a população do sul do país (onde o transporte é mais caro), indígenas e outras minorias.
Essa situação faz com que as aposentadorias sejam tema central na campanha presidencial.
"O Chile praticamente privatizou aposentadorias nos anos sob Augusto Pinochet (1973-90), com o Estado investindo pouco e dizendo que o sistema seria altamente rentável dependendo da colaboração de cada um", diz Levy. "Hoje a população vê que a aposentadoria que recebe é muito baixa."
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