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O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, afirmou na segunda-feira (6) que, se confirmada a deserção do primeiro-ministro sírio, Riyad Hijab, será mais um reflexo da deterioração do regime de Bashar Assad. Em comunicado, o chanceler afirmou que a França está convencida de que o regime, "que escolheu a violência e perde todos os apoios, está condenado e seu fim está próximo". "A multiplicação das deserções dos responsáveis políticos, militares e diplomáticos de alto escalão é sinal irrefutável da debilidade do clã no poder na Síria".

Na nota, a França voltou a pedir que a comunidade internacional mantenha a pressão sobre Assad "em solidariedade com a população síria" para que se forme um país "democrático, pluralista e respeitoso com os direitos humanos".

EUA

Mais cedo, a Casa Branca afirmou que a deserção mostra que Assad perdeu o controle de seu país, e que seu povo acredita que seus dias no governo "estão contados". "Os relatórios de hoje [segunda-feira] são apenas o último indício de que Assad perdeu o controle da Síria, fortalecendo as forças da oposição e o povo sírio", afirmou o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, Tommy Vietor.

A deserção "demonstra que o povo sírio acredita que os dias de Assad estão contados", afirmou. "A maneira mais rápida de terminar com o banho de sangue e com o sofrimento do povo sírio é que Assad reconheça rapidamente que o povo sírio não permitirá que continue no poder", acrescentou Vietor.

"Tentaremos confirmar estas informações. Mas se forem certas, estas deserções seriam mais uma prova de que o regime de Assad afunda", disse um funcionário americano em Johannesburgo que acompanha a visita da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

O primeiro-ministro sírio, Riad Hijab, sua família, dois membros e três oficiais do Exército desertaram e se refugiaram na Jordânia na noite de domingo (5), segundo uma fonte da oposição ao regime de Damasco.

Fuga

A deserção de Riad Hiyab culmina uma sequência de perdas para o regime de Assad nas últimas semanas, que colocam em dúvida a manutenção desse ditador no poder. Desde o início de julho, vários militares e diplomatas buscaram refúgio na Turquia, disparando palavras duras contra Assad e já ensaiando negociações para uma transição de poder na Síria. Além do primeiro-ministro, as agências internacionais, citando grupos de oposição, também reportaram que dois ministros e três oficiais do exército também desertaram, provavelmente na noite de domingo. Em um comunicado lido na Al Jazeera, Riad Hiyab justificou sua deserção pelo "massacre" contra o povo sírio, e qualificou o regime de Assad como "terrorista", dizendo que a partir daquele momento se tornava "um soldado" nas "fileiras da rebelião".

Baath Hiyab, um muçulmano sunita da província de Deir al Zor, também sunita, pertencia ao aparato do partido da situação, o Baath.

A televisão estatal disse que Omar Ghalawanji, que era o vice-primeiro-ministro e também ministro da administração local, comandaria temporariamente um governo provisório. Assad havia apontado Hiyab, ex-ministro da Agricultura, como primeiro-ministro em junho, após as eleições parlamentares que vieram depois de quase um ano de protestos violentos contra o governo.

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