A desertificação afeta atualmente 200 milhões de pessoas, mas até um terço da população do mundo -- ou 2 bilhões de pessoas -- vive em zonas de risco, segundo um estudo das Nações Unidas.

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Para estudar esse problema e elaborar uma estratégia de dez anos para conter a seca que ameaça a população mundial, 2.000 delegados estarão na capital espanhola a partir da segunda-feira (3), participando da VIII Conferência da ONU sobre a Luta contra a

Desertificação. Políticos e especialistas de quase 200 países, além de representantes de 800 organizações não-governamentais, participam do evento.

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"A maioria das pessoas não se dá conta da magnitude do problema, que está crescendo muito rapidamente", declarou Zafaar Adeel, chefe da Rede internacional da Água da Universidade da ONU, que coordenou o estudo das Nações Unidas. Ele destaca que "há uma concepção errônea segundo a qual a desertificação só acontece em zonas remotas da África", mas na verdade "afeta amplas áreas da Ásia, América Latina e algumas partes do sul da Europa".

"Sabemos porque os solos se degradam e o que fazer para evitar que isso aconteça. Agora devemos passar do conhecimento para a ação", declarou a ministra espanhola do Meio Ambiente, Cristina Narbona, durante uma entrevista coletiva que apresentou a conferência.

A África Subsaariana e a Ásia Central são as regiões mais vulneráveis à desertificação, mas o problema atinge todos os continentes, adverte o estudo, elaborado por cerca de 200 especialistas de 25 países. Os prejuízos resultantes da degradação da terra são estimados em US$ 65 bilhões de dólares, segundo o estudo.

O processo também afeta zonas não desérticas com tempestades de areia que prejudicam a qualidade do ar, como as do deserto de Gobi, na China, e do sul da Mongólia, que poluem o ar no Japão, na Coréia do Sul e até na costa oeste da América do Norte. O fenômeno também leva alguns povos a emigrar para zonas mais verdes, como é o caso dos emigrantes subsaarianos, que partem em direção ao norte da África e à Europa, explica Adeel. Caso não se tome nenhum tipo de medida, a ONU alerta que 50 milhões de pessoas podem imigrar na próxima década.

Outras causas da desertificação são o cultivo intensivo, o desmatamento, as práticas de irrigação não-sustentáveis, a superpopulação e as mudanças climáticas. A Espanha é um dos países mais vulneráveis da Europa. Mais de um terço da superfície do país está sob "risco significativo" de desertificação, segundo o ministério espanhol do Meio Ambiente.

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