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A desertificação está se transformando em um crescente obstáculo no combate à pobreza e uma ameaça à paz, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta segunda-feira.

Sob o slogan "Não desertifiquem as terras secas!", ambientalistas planejaram plantar árvores, limpar cidades, realizar passeatas e dar aulas especiais nas escolas.

O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, cujo país está tomado em grande parte por desertos e é sede oficial da campanha, defendeu a adoção de um Código Mundial de Desertificação para ajudar no cumprimento da Meta do Milênio de reduzir a pobreza global pela metade até 2015.

Segundo Bouteflika, a destruição dos ecossistemas e a desertificação "agravam as condições de pobreza em todo o mundo, aprofundando a crise".

A ONU diz que um quarto da superfície de terra do planeta já se transformou em deserto e que essa parcela está aumentando.

- Em todo o planeta, a pobreza, a exploração insustentável das terras e as mudanças climáticas estão transformando as terras secas em desertos. E a desertificação, em troca, aumenta e alimenta a pobreza - disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. - Também há evidências crescentes de que a degradação das terras secas e a competição pelos recursos cada vez mais escassos podem colocar comunidades em conflito.

Em Pequim, onde mil novos veículos chegam às ruas todos os dias, 250 mil pessoas prometeram deixar seus carros em casa nesta segunda-feira, segundo a mídia local. Entretanto, em uma cidade com 16 milhões de habitantes, o impacto da medida sobre o céu poluído da capital deve ser pequeno.

A China afirmou que seus esforços de crescimento econômico estão em conflito com a proteção ao meio ambiente, já que as tentativas do governo de diminuir a poluição não têm o resultado esperado.

A ONU afirmou que a degradação das terras provoca perdas de, segundo estimativas, US$ 42 bilhões anuais na produção agrícola - sem contar o sofrimento humano decorrente da falta de alimentos.

Muitas áreas usadas para o cultivo são terras secas - esse tipo de superfície responde por 41% das terras do planeta e abriga dois bilhões de pessoas.

- Estima-se que entre 10% e 20% das terras secas já estejam degradadas - afirmou Annan. - O problema é particularmente grave na África subsaariana e no sul da Ásia.

Grande parte das pressões sobre a qualidade das terras decorre do crescimento da população mundial, que passou de 2,5 bilhões de pessoas em 1950 para 6,5 bilhões atualmente.

E muitos cientistas afirmam que um dos efeitos do aquecimento global ligado à crescente emissão de gases produzidos na queima de combustíveis fósseis será o aumento das áreas desérticas.

O Dia Mundial do Meio Ambiente lembra o dia da primeira cúpula da ONU sobre a questão, realizada em Estocolmo, em 1972. No calendário da ONU, 2006 é também o ano dos desertos e da desertificação.

Em todo o mundo, pretende-se realizar operações de plantio de árvores para deter a erosão. Em Maurício, um grupo planejava realizar o plantio de espécies vegetais em dunas a fim de proteger praias da erosão.

Em Churchill, Austrália, ativistas coletavam peças de computador para serem recicladas. Um grupo no sudeste de Benin deve realizar uma passeata com objetivo de chamar atenção para os riscos envolvidos na derrubada de árvores.

O Banco Mundial afirmou que estava conseguindo ficar "neutro quanto ao carbono" em seus principais escritórios e em todas as viagens operacionais feitas a partir de seu quartel-general.

Isso significa que as emissões de gases do efeito estufa resultantes dessas atividades tinham sido suplantadas por investimentos em energia renovável e no uso mais eficiente da energia.

A União Européia intensificou sua campanha de combate às mudanças climáticas divulgando mensagens para convencer as pessoas a fazer pequenas mudanças em seu dia-a-dia que podem ajudar de forma significativa na proteção ao meio ambiente.

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