O líder norte-coreano Kim Jong-il assistiu nesta sexta-feira, ao lado do seu filho e virtual sucessor, Kim Jong-un, a um solene desfile militar na praça central de Pyongyang, sinalizando que a passagem de bastão para a terceira geração da dinastia comunista está em curso.
Kim Jong-il e Kim Jong-un presidiram as celebrações pelo 63.º aniversário do regime fundado por Kim Il-sung, pai do atual governante. Diante do palanque deles passaram soldados marchando em passo de ganso, além de lançadores para múltiplos foguetes, obuses e outras armas. Na plateia, milhares de pessoas agitavam buquês vermelhos e rosas pareciam ser flores de papel.
Um retrato gigante do "eterno presidente" Kim Il-sung foi levado por soldados. Os dois Kims aplaudiram e conversaram rapidamente durante o desfile, televisionado para todo o país, e visto por analistas como uma exibição de poderio militar.
"Se houver uma guerra novamente nesta terra, essas armas levarão à destruição aos nossos inimigos", disse um narrador na TV estatal norte-coreana. "Nosso Exército vai mostrar aos estrangeiros a força e o poderio deste grande país."
Analistas dizem que Kim Jong-un manterá no poder as mesmas políticas militaristas do seu pai, inclusive insistindo nos programas nuclear e balísticos que motivam uma quase unânime condenação internacional.
Antes do desfile, Kim Jong-il - com seu habitual traje cáqui em estilo maoísta e óculos escuros - e seu filho foram ao gigantesco mausoléu de Kim Il-sung, que iniciou em 1950 uma guerra para unificar a península coreana, encerrada em 1953.
Kim Jong-un, filho caçula do atual governante e supostamente com menos de 30 anos, foi promovido no ano passado a general de quatro estrelas e recebeu um cargo importante no partido governante, em meio a especulações de que seu pai estaria doente e preparando a própria sucessão.
Mas Kim pai, de 69 anos, fez quatro viagens ao exterior nos últimos 18 meses, no que especialistas veem como um sinal de melhora da sua saúde e possível desaceleração no processo sucessório. Acredita-se que ele tenha sofrido um derrame em 2008.
O filho dele fez em outubro de 2010 a sua primeira aparição pública, em um desfile militar junto com o pai. Desde então, já acompanhou o dirigente em muitas visitas pelo país, chamadas de "orientação de campo."
Pouco se sabe sobre Kim Jong-un, exceto que estudou na Suíça e gosta de assistir a jogos do basquete dos EUA.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”