Um deslizamento de terras deixou nesta sexta-feira soterrada uma pequena cidade no nordeste do Afeganistão, na qual se teme que dúzias de pessoas possam ter morrido e centenas poderiam estar presas, informou a imprensa local.
O desastre natural aconteceu na província de Badakhshan e perto de duzentas casas foram soterradas, disse à agência afegã "AIP" o responsável do governo provincial, Zabihullah Attique.
A cidade afetada fica entre dois montes na região de Aab Bareek, no distrito de Argo, e o número de vítimas "é confuso, mas centenas de pessoas estavam nessas casas e funcionários do governo foram para lá para determinar a situação", afirmou este responsável.
Outro deslizamento de terras produzido pela chuva deixou ontem vários mortos e destruiu dezenas de casas em outra região do mesmo distrito.
As catástrofes naturais costumam ter repercussões graves no Afeganistão, devido ao precário estado das infraestruturas em um país com muitos dos indicadores de desenvolvimento mais baixos do mundo, e em guerra há décadas.
Números
"Havia mais de 1.000 famílias morando no vilarejo. Um total de 2.100 pessoas, homens, mulheres e crianças estam soterrados", disse Naweed Forotan, porta-voz do governo de Badakhshan.
Uma autoridade policial havia dito mais cedo que até 500 pessoas estavam desaparecidas, possivelmente mortas.
Três corpos foram retirados dos destroços no distrito de Argo e ao menos 100 pessoas estavam recebendo tratamento para ferimentos, de acordo com o coronel Abdul Qadeer Sayad, subchefe de polícia da província de Badakhshan.
O deslizamento, que aconteceu após uma semana de chuva forte e num período de derretimento da neve, derrubou centenas de casas e danificou outras centenas, disse ele.
Moradores estavam tentando recuperar seus pertences após um deslizamento menor que atingiu o vilarejo. Ninguém ficou ferido no primeiro deslizamento, segundo autoridades, e o segundo aconteceu poucas horas depois.
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, determinou o início imediato dos esforços de emergência, informou o governo em comunicado.