MANILA - Um deslizamento de terras soterrou nesta sexta-feira o povoado de São Bernardo, na costa da ilha de Leyte, a cerca de 650 quilômetros ao sudeste de Manila, nas Filipinas. Centenas de casas e uma escola foram engolidos pela lama espessa que desceu das montanhas que cercam a região. Autoridades locais estimam que haja pelo menos 200 mortos e 1.500 desaparecidos.
As fortes chuvas que atingem o país estão atrapalhando as operações de resgate. O acesso à aldeia é dificultado pela enorme quantidade de lama que bloqueia ruas e pontes. Falta eletricidade na região e há riscos de novos desabamentos. Por questões de segurança, a Cruz Vermelha suspendeu a busca por sobreviventes ao cair da noite. O resgate será reiniciado na manhã de sábado.
"A ajuda está a caminho", afirmou em pronunciamento à TV local a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo. Segundo Arroyo, a guarda-costeira e a marinha filipinas auxiliarão nos resgates. Até o momento, já foram encontrados 19 mortos e resgatados 53 sobreviventes.
O diretor da Cruz Vermelha das Filipinas, Richard Gordon, disse que o deslizamento provavelmente soterrou a aldeia por completo.
- Infelizmente, esta região é conhecida por deslizamentos - disse, de seu escritório em Genebra, na Suíça.
O prefeito de Leyte, Marlo Maamo, estava perto de São Bernardo no momento da tragédia e declarou que cerca de 370 familias moravam no povoado. Maamo disse que o desmoronamento soterrou uma escola, casas e até os edifícios mais sólidos.
- O barulho foi como se a montanha tivesse explodido e tudo estalou - disse o sobrevivente Dario Libatan à rádio Manila DZMM - Não consegui ver nenhuma casa de pé.
A porta-voz da província de Leyte, Eva Tomol, disse que o deslizamento de terras sepultou cerca de 500 casas de São Bernardo e acrescentou que, segundo várias fontes na área, cinco alunos da escola que ficou sepultada conseguiram se salvar e um menino de 1 ano foi resgatado.
- O corpo de bombeiros pediu ao governo provincial que leve os moradores a um bairro perto do local do acidente para evitar que haja mais vítimas no caso de outro deslizamento de terras - afirmou a porta-voz.
As intensas chuvas caídas nas ilhas Visayas nos últimos dias, que os meteorologistas filipinos atribuem ao fenômeno climático da La Niña, são as prováveis causas da tragédia. No domingo passado, um deslizamento de terra na aldeia Agas Agas matou sete operários que trabalhavam na construção de uma estrada.