Os primatas do planeta vêm enfrentando um crescente risco de extinção devido à caça e à destruição de seu habitat, situação que reflete a situação na América Latina, segundo um estudo revelado nesta segunda-feira (4).
Primatologistas de todo o mundo reunidos em Edimburgo, Escócia, divulgaram um informe onde revelaram a situação das 634 espécies desses mamíferos nos últimos cinco anos, e chegaram à conclusão de que quase 50 por cento delas está, de alguma forma, ameaçada.
Esta advertência está baseada nos critérios da Lista Negra de Espécies Ameaçadas.
Sessenta e nove espécies, ou 11 por cento do total, daquelas mais próximas ao homem estão criticamente ameaçadas de extinção, disseram organizações como a Conservação Internacional, Sociedade Internacional de Primatologia e União Internacional para Conservação da Natureza.
A pior situação é na Ásia, onde 70 por cento desses mamíferos estão ameaçados, contra cerca de 40 por cento na América Latina, segundo informou Anthony Rylands, cientista da ONG Conservação Internacional, com sede em Washington.
"A América Latina está melhor que outras regiões do mundo, em geral por atuação de ONGs e dos governos", disse Rylands à Reuters por telefone.
"Inclusive o Brasil tem melhorado muito a proteção desses animais, como o mico leão dourado, que está em situação muito ruim ao norte da Colômbia", completou.
A Colômbia é o país que necessita de mais ação governamental para frear o problema e proteger as reservas da região latino-americana, onde cinco países integram a lista das 20 nações que mais concentram esses mamíferos, segundo o informe.
Essas nações são Brasil, com 110 espécies; Peru, com 37; Colômbia, com 33; Bolívia, com 24 e Equador, com 20.
O Brasil tem desenvolvido um bom trabalho para deter a extinção de várias espécies, com uma forte atuação de funcionários do Ministério do Meio-Ambiente, mas há dúvidas sobre qual o destino que o governo quer dar à Amazônia, habitat de várias dessas espécies, disse Rylands.
"Por um lado há um compromisso de muita gente no governo pela preservação desses animais mas, por outro lado, tem muita gente que quer desenvolver a Amazônia e dividir a terra, o que pode destruí-la", enfatizou.
Para Rylands, o resultado das políticas adotadas pelas autoridades se verá em uns 10 anos.
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