O arcebispo emérito sul-africano e vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1984, Desmond Tutu, se recusou a participar de uma conferência em Johanesburgo junto com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, devido à sua participação na guerra do Iraque, iniciada pelos Estados Unidos em 2003.

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"O arcebispo dedicou muito tempo nos últimos dias a lutar com sua consciência e consultou pessoas de sua confiança para decidir se devia comparecer ou não à conferência", afirmou o escritório de Desmond Tutu em comunicado divulgado nesta quarta-feira (29) pelo jornal sul-africano Times.

"Finalmente, o arcebispo considerou que a decisão de Blair de apoiar a invasão americana do Iraque, com base na suposta existência de armas de destruição em massa, é moralmente indefensável", assinala o texto.

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Desmond Tutu deveria participar de uma conferência da Cúpula de Liderança da empresa sul-africana Discovery Invest amanhã em Sandton, distrito financeiro de Johanesburgo, ao lado de Blair e do campeão de xadrez e ativista político russo, Garry Kasparov.

"O arcebispo lamenta profundamente as inconveniências e a decepção dos organizadores", concluiu o escritório de Tutu.

A visita à África do Sul de Blair despertou também a rejeição de parte da comunidade muçulmana do país, devido à participação do Reino Unido na invasão do Iraque em 2003.

O partido muçulmano Al Jama-ah anunciou na segunda-feira passada que se manifestará amanhã em frente ao centro de conferências de Sandton durante o discurso do ex-primeiro-ministro britânico.

O líder desse partido, Ganief Hendricks, assegurou ao Times que algum dos ativistas tentarão capturar Blair para "levá-lo ao tribunal de Haia".

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O site "Prendam Blair" (arrestblair.org) ofereceu uma recompensa para quem conseguir deter o ex-primeiro-ministro do Reino Unido. Ativistas já tentaram prendê-lo na China, no Parlamento Europeu em Estrasburgo e em Dublin.