Ouça este conteúdo
As detenções de migrantes na fronteira sul dos Estados Unidos aumentaram 33% em julho em comparação com o mês anterior, com mais de 132 mil casos, disse nesta sexta-feira (18) um funcionário de alto cargo do Departamento de Segurança Nacional (DHS).
O governo atribui este aumento a uma tendência "sazonal" e insiste que as medidas implementadas pela gestão de Joe Biden para controlar a migração fronteiriça têm sido "eficazes".
Este é o primeiro aumento de detenções na fronteira entre os EUA e o México desde a suspensão, em maio, do Título 42, uma regra sanitária através da qual as autoridades americanas retiravam rapidamente os migrantes sob o pretexto da pandemia de Covid-19.
"A fronteira não está aberta e, como todos os anos, assistimos a diferentes mudanças no fluxo de migrantes que chegam à fronteira", destacou o funcionário em chamada com jornalistas.
Em julho, 132.652 pessoas foram detidas ao tentarem atravessar irregularmente a fronteira com o México, de acordo com os dados fornecidos pelo funcionário.
Por outro lado, a fonte informou que mais de 44 mil migrantes conseguiram se apresentar nos portos de entrada através de marcações solicitadas no aplicativo CBP One, promovido pelo governo dos EUA como a principal via legal para pedir asilo na fronteira.
Apenas oito dos 47 portos de entrada na fronteira sul, que se estende por 3.141 quilômetros, aceitam marcações feitas através do app, cujo funcionamento tem sido fortemente criticado por organizações de direitos humanos como uma forma de restringir o acesso ao asilo.
As novas regras, impostas pela gestão Biden em maio, dificultam o pedido de asilo nos Estados Unidos por parte das pessoas que chegaram por terra à fronteira mexicana, a menos que solicitem uma marcação no app ou que tenha tido proteção negada em um país terceiro.
Nos últimos dez meses, mais de 181 mil cubanos, nicaraguenses, venezuelanos e haitianos entraram nos EUA sob o programa de autorização humanitária, que permite às pessoas destas nacionalidades trabalhar legalmente no país durante dois anos.
Cerca de 63 mil venezuelanos, 41 mil cubanos, 34 mil haitianos e 27 mil nicaraguenses vivem atualmente nos EUA sob este programa, explicou o funcionário, que não especificou quantos pedidos de autorização o governo americano recebeu no total.