A ativista cubana de direitos humanos Yeilis Torres Cruz, que fugiu de Cuba em maio e agora está detida nos Estados Unidos com possibilidade de deportação, disse que prefere "morrer a voltar a Cuba".
A emissora de televisão americana em espanhol "Univision" divulgou neste sábado a declaração, que consta em uma mensagem que Torres enviou a seu marido, Pavel Pérez, direto do centro de detenção de imigrantes no condado de Broward, no sul do estado da Flórida, onde ela está há uma semana, desde que chegou aos Estados Unidos.
Segundo a "Univision", Torres, uma ex-procuradora que é membro do grupo dissidente União Patriótica de Cuba, cujo líder, José Daniel Ferrer, está preso desde os protestos de 11 de julho de 2021, foi acusada também naquele ano de atentar contra uma autoridade pública, por agredir o radialista Humberto López, simpatizante da ditadura cubana.
Ela cumpriu dez meses de prisão por esse motivo, mas foi liberada sem acusações criminais em abril de 2022, de acordo com uma publicação em sua conta no Facebook na época.
Torres decidiu então deixar Cuba com outras pessoas a bordo de uma jangada que foi interceptada pela Guarda Costeira dos EUA. Ela foi levada para a base naval americana de Guantánamo, que também fica na ilha, e lá permaneceu até 10 de dezembro, quando chegou de avião a Fort Lauderdale, a 40 quilômetros de Miami, foi detida e levada para o centro de imigração do condado de Broward.
A ativista, que denunciou "irregularidades" em seu caso de asilo político, está agendada para prestar depoimento a um juiz de imigração em 12 de janeiro.
O marido dela pediu ao governo americano que lhe concedesse asilo político e não a deportasse, o que seria, segundo a própria Torres, "a pior coisa" que poderia lhe acontecer, conforme disse no centro de detenção de Broward.