Os organizadores de uma exposição de arte na capital chinesa deixaram um espaço em branco em uma parede da galeria, reservado para o artista e ativista detido Ai Weiwei, em um raro gesto de desafio às autoridades.
Uma pequena etiqueta com o nome de Ai adorna uma parede vazia em meio aos trabalhos de 19 outros artistas em uma mostra anual de fotografia aberta na quarta-feira, quase dois meses depois de a polícia ter prendido Ai Weiwei no aeroporto de Pequim, desencadeando manifestações internacionais de ultraje.
O gesto dos organizadores de apoio ao artista mais politicamente ativo da China constitui uma rara manifestação pública por parte da comunidade artística da China continental, que vem em grande medida mantendo silêncio em relação à detenção de Ai.
"Lamentamos que a voz dele não possa ser ouvida", disse Lin Bing, fotógrafo que ajudou a organizar a mostra na galeria CCD300, no bairro artístico de Caochangdi, em Pequim.
"Isso nos tem feito refletir sobre quando um artista perde a possibilidade de se expressar."
Shi Yong, o dono da galeria, disse que a exposição é normal e legal, mas Lin disse que recebeu telefonemas da polícia pouco depois da inauguração da mostra, chamando-o para uma conversa. Não foi possível falar com os organizadores pelo telefone mais tarde.
A mídia estatal e o Ministério do Exterior chinês dizem que Ai está sendo investigado por sonegação de impostos e acusações relacionadas. Sua família disse que não foi formalmente avisada sobre tais acusações e as rejeitam, dizendo que são calúnias que visam silenciar o artista.
No mês passado, a polícia chinesa disse à mídia estatal que uma empresa controlada por Ai, a The Beijing Fake Cultural Development Ltd., sonegou impostos "em um valor enorme" e destruiu documentos de contabilidade.
Mas familiares e amigos dizem que o artista de 53 anos é vítima de uma repressão à dissensão política.
A preocupação de Pequim com a dissensão se intensificou depois de sites chineses na Internet terem espalhado em fevereiro chamados por protestos em todo o país inspirados na "Revolução de Jasmin" -- os levantes antiautoritários que se espalharam pelo mundo árabe.
A carreira de Ai abrange protestos em favor da liberdade artística, em 1979, trabalhos provocantes nos anos 1990 e uma participação no design do estádio Ninho do Pássaro, usado nas Olimpíadas de 2008 em Pequim.
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