Um suposto membro do cartel de Los Zetas, apontado como um dos autores intelectuais do incêndio em um cassino na cidade mexicana de Monterrey (norte), que deixou 52 mortos, foi detido, informou nesta sexta-feira (6) a secretaria de segurança do estado de Nuevo León.
O detido, apresentado como Baltazar Saucedo Estrada, ou El Mataperros, não esteve no local do crime em 25 de agosto passado, mas "ordenou o incêndio do cassino" Royale e se manteve próximo "para vigiar as ações", disse durante entrevista coletiva o procurador de Nuevo León, Adrián de la Garza.
Com esta detenção, efetuada na tarde de quinta-feira (5), chegam a 20 os homens capturados com vínculos com este ataque contra o prédio do Cassino Royale, ao qual lançaram gasolina e atearam fogo com várias pessoas dentro.
Segundo as autoridades, os que planejavam o ataque ao cassino foram quatro chefes de Los Zetas e El Mataperros, cuja captura previa uma recompensa de mais de um milhão de dólares.
Nos interrogatórios, Saucedo Estrada disse que "recebeu instruções dos superiores para incendiar o cassino porque o dono não estava pagando uma cota" (suborno cobrado pelo crime organizado), afirmou durante a coletiva Jorge Domene, porta-voz de segurança de Nuevo León.
Após a captura, quatro familiares - inclusive uma menina de sete anos - de um policial local, aparentemente informante de Los Zetas, morreram atingidos por tiros disparados por pistoleiros na noite de quinta-feira em um ataque que, segundo fontes judiciais, pode estar ligado com a detenção de "El Mataperros". O policial ficou ferido ao lado de outra menina, de 8 anos.
A fonte, que pediu para não ser identificada, explicou que o policial supostamente dava informação a criminosos sobre operações das forças de ordem na região onde ocorreu a detenção, mas que na ocasião não alertou que Saucedo Estrada era procurado.
Nuevo León, cuja capital é Monterrey, terceira cidade do país e sede de empresas transnacionais, é cenário há dois anos de uma disputa entre o cartel de Los Zetas, formado em meados dos anos 1990, por militares desertores, e seus ex-aliados do cartel do Golfo.
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