A Polícia chilena deteve neste sábado (31) um israelense acusado de provocar, por negligência, o incêndio no parque nacional Torres del Paine, na Patagônia chilena, que já consumiu 11.500 hectares de vegetação.
"Trata-se de um homem de nacionalidade israelense", informou o promotor Juan Melendez à rádio Cooperativa, confirmando a detenção, nas últimas horas, de um jovem de 23 anos.
O fogo começou na tarde de terça-feira, no setor do lago Grey, num caminho que margeia o norte de Torres del Paine, imponente grupo de montanhas visitadas anualmente por mais de 100.000 turistas e declaradas reserva da biosfera pela Unesco, em 1978.
O parque nacional Torres del Paine, na província de 'Última Esperanza', possui 230.000 hectares de superfície, e fica a mais de 3.000 km ao sul de Santiago.
Até agora, foram consumidos 11.500 hectares de floresta nativa e vegetação rasteira, mas a diminuição da intensidade do vento e uma leve chuva ajudaram a deter o avanço do fogo nas últimas horas, segundo as autoridades.
O governo mobiliza a cada dia um reforço maior na região: mais de 500 pessoas trabalhavam aí neste sábado.
O presidente do Chile, Sebastian Piñera falou de uma "situação extremamente complexa, que não será resolvidas nos próximos dias".
O fogo consome uma língua rochosa acidentada, entre os cumes cobertos de neve, a 3.000 metros de altitude e um lago navegável. A mistura de florestas, arbustos e pântanos fornece, desde terça-feira, combustível às chamas.
"Estamos diante de um cenário extremo, principalmente devido à topografia, à violência dos ventos e ao estado da vegetação, altamente inflamável", explicou Vicente Nuñez, diretor do Birô nacional de emergências (Onemi).
O parque é considerado uma das joias da Patagônia, a 3.000 km ao sul da capital, Santiago.