Cubanos residentes da província de Havana| Foto: EFE/ Yander Zamora
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A escassez de gás e energia elétrica em Cuba tem levado a população a retornar aos métodos de mais rudimentares, como o carvão e a lenha, para poder cozinhar.

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Desde o início de novembro, conforme reportagem do site Cubanet, o fornecimento de gás foi interrompido em várias províncias cubanas, incluindo Havana, onde fica localizada a capital da ilha comunista.

Com a escassez, muitos cubanos, como Dalia Ávila, moradora de Palma Soriano, cidade localizada na província de Santiago de Cuba, no leste da ilha, tiveram que se adaptar às condições precárias. Segundo relatado pela reportagem do Cubanet, Santiago de Cuba lida a meses com a escassez de gás.

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A venda de lenha e carvão pelo regime cubano, como ocorre em Santiago de Cuba, tem sido uma resposta à falha da ditadura comunista em garantir o fornecimento regular de gás e eletricidade. Nas últimas semanas, a ilha registrou um aumento no número de apagões que estão chegando a ultrapassar 20 horas diárias.

O uso desses combustíveis apresenta riscos graves à saúde, como a liberação de partículas tóxicas durante a combustão incompleta, afetando principalmente crianças, idosos e mulheres.

Além dos riscos, os cubanos afetados ainda tem que lidar com sacos de carvão que estão chegando a custar até 2.000 pesos (cerca de US$ 83,41) em algumas províncias. As "hornillas", fogões portáteis que funcionam com carvão ou lenha, também voltaram a ser uma opção cara relata o Cubanet, custando mais de 4.000 pesos (US$ 166,95), dependendo do modelo.

"Há mais de um mês estou cozinhando com carvão, mas já não tem; se aparecer, é a 1.000 ou 1.200 pesos o saco, por isso fui para o fogão a lenha. A fumaça está me fazendo mal, agora com o tempo de chuva, tenho que acendê-lo dentro da cozinha por causa da umidade", relatou ao Cubanet Dalia Ávilla, explicando como a situação se agravou nos últimos meses.

“Voltamos à Idade Média. As desgraças neste país não vêm sozinhas e não deixam de me surpreender. Agora, temos que gastar até o que não temos para investir em lenha e carvão. Este é o fim do túnel”, disse Ávilla.

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Moradores de áreas urbanas, como Gloria Díaz, enfrentam dificuldades ainda maiores. Ela, que vive em um prédio de cinco andares em Santiago de Cuba, tem sofrido com os efeitos do uso do fogão à lenha. "Já sinto o cheiro de brasas e a fumaça, mesmo com o fogão apagado. Meus olhos ardem e a tosse não me deixa dormir. Isso vai me matar", desabafa Gloria, de 57 anos.