Dez cubanos refugiados há três meses na base naval americana de Guantánamo, no extremo leste de Cuba, iniciaram uma greve de fome pedindo o respeito aos seus direitos, informou nesta segunda-feira (6) um blogueiro governista cubano.

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Os "dez cubanos", entre eles "os jornalistas independentes Olienny Valladares Capote e Adolfo Pablo Borraza Chaple, se declararam em greve de fome desde a quinta-feira, 2 de fevereiro, em reivindicação aos direitos que gradualmente lhes tiraram durante os últimos três meses", redigiu o blogueiro Yohandry em seu blog.

"Os dois comunicadores coincidiram em que os refugiados são tratados como terroristas na base naval de Guantánamo", acrescentou o blogueiro, habitualmente bem informado sobre o que acontece em Cuba, sem informar como os 10 refugiados chegaram a este enclave americano.

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Yohandry, que costuma antecipar notícias do governo cubano, se perguntou se os refugiados cubanos serão alimentados "à força", como "os norte-americanos costumam fazer nestes casos".

"Esta 'grevezinha' ocupará espaço importante na grande imprensa do Ocidente?", questionou o blogueiro, em alusão ao impacto que teve no exterior a morte do preso cubano Wilman Villar, falecido em 10 de janeiro após uma greve de fome de 48 dias, segundo a dissidência.

Ironia

O blogueiro também ironizou ao afirmar que esperava que a blogueira opositora Yoani Sánchez, que deu em seu blog farta informação sobre a morte de Villar, emitisse "uma declaração de condenação nas próximas horas" sobre a greve dos refugiados cubanos em Guantánamo.

"De minha parte, exijo das autoridades americanas que se ocupem deste caso de violação dos direitos humanos na base-prisão de Guantánamo, o único local onde se tortura em Cuba", afirmou.

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Depois do triunfo da revolução de Fidel Castro, em 1959, muitos cubanos tentaram chegar à base americana, cercada por cambos minados dos dois lados, com a finalidade de emigrar aos Estados Unidos.