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Revolta árabe

Dez países decidem expulsar representantes da Síria

Ativistas da Anistia Internacional protestam em Paris contra a violência na Síria | Julien Muguet/Reuters
Ativistas da Anistia Internacional protestam em Paris contra a violência na Síria (Foto: Julien Muguet/Reuters)

Numa retaliação ao governo da Síria por massacre cometido no fim de semana no país, EUA, França, Reino Unido e mais sete países decidiram ontem expulsar embaixadores e altos representantes diplomáticos sírios.

O governo dos EUA deu 72 horas para que o encarregado de negócios sírio em Washington deixe o país.

Segundo a ONU, entre os 108 mortos de sexta para sábado em Houla, na região central da Síria, havia 49 crianças e 20 mulheres.

Ativistas e moradores em Houla culparam as milícias pró-governo conhecidas como "shabiha" (fantasma, em árabe), a linha de frente da repressão ao levante contra a ditadura de Bashar Assad.

Autoridades sírias negaram estar por trás das mortes e repetiram a acusação a "grupos terroristas".

O episódio, um dos mais sangrentos em 14 meses de levante contra Assad, causou intensa condenação internacional e levou à ação diplomática conjunta.

Alemanha, Itália, Espa­­nha, Bulgária, Canadá e Aus­­­­trália e Nova Zelândia tam­­­­bém anunciaram a ex­­pul­­são­­ do embaixador sírio. Ho­­landa, Bélgica e Suíça de­­cla­­raram os respectivos em­­bai­­xadores "persona non gra­­ta".

As imagens de dezenas­­ de corpos enfileirados em Hou­­la, muitos deles com si­­­­nais de mutilação, foram­­ mais um lembrete da bru­­tal­­ guerra civil em curso na­­ Síria.

Além da violenta repressão do regime e da resistência rebelde, há relatos de ataques da oposição contra civis da etnia alauíta, a mesma do ditador, e ações da rede terrorista Al -Qaeda.

A presença de monitores da ONU no país como parte de um plano de cessar-fogo em vigor há um mês e meio nada fez para conter a espiral de violência, que já deixou ao menos 10 mil mortos.

A retaliação aumenta o isolamento diplomático de Assad, mas há poucas razões para acreditar que seus dias no poder estejam contados.

"Ponto crítico"

O enviado especial da ONU,­­ Kofi Annan, esteve com­­ Assad em Damasco e afir­­mou que o país atingiu um "ponto crítico". Annan, que intermediou o cessar-fogo, exortou Assad a "ser corajoso" e cumprir o plano, ces­­sando a ofensiva.

Um relatório dos observadores da ONU apontou que só 20 das vítimas em Houla foram atingidas por artilharia. As demais teriam sido sumariamente executadas.

O presidente da França, François Hollande, disse que uma intervenção militar não deve ser descartada.

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