Pressão
Países que expulsaram diplomatas sírios ontem:
Estados Unidos, Reino Unido, Canadá. Austrália, França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica e Bulgária.
Escala
Ações diplomáticas, em grau crescente de gravidade:
1 - Convocar o próprio embaixador para consulta.
2 - Fechar a embaixada em outro país.
3 - Expulsar diplomatas estrangeiros.
4 - Romper as relações diplomáticas.
Brasil
Itamaraty diz que não vai mandar embora diplomatas sírios
O ministro de Relações Exteriores Antônio Patriota afirmou ontem que o Brasil não pretende, por enquanto, expulsar diplomatas sírios, ao contrário do que fizeram países ocidentais como EUA, Alemanha e Reino Unido.
Patriota afirmou que o país se "associa integralmente" à declaração dada pelo Conselho de Segurança da ONU no domingo à noite, repudiando os ataques. Ele manifestou "preocupação com esses desenvolvimentos que são obviamente inaceitáveis".
O ministro afirmou que pretende aguardar as declarações do enviado especial do conselho a Damasco, Kofi Annan, para saber quais serão as estratégias adotadas. "O Brasil sempre se pauta pelas decisões adotadas em âmbito multilateral pelo Conselho de Segurança, estando nele ou não", afirmou.
Segundo o porta-voz da chancelaria brasileira, Tovar Nunes, o "diálogo com a Síria tem que ser mantido". "Se expulsarmos os diplomatas sírios do país, não vai ter mais diálogo."
Patriota se encontrou ontem com Uri Rosenthal, ministro dos negócios estrangeiros da Holanda. Rosenthal afirmou que os Países Baixos seguem a posição da União Europeia, que está mandando os diplomatas de volta para a Síria. Como o país não pode expulsar o embaixador sírio em Haia, declarou-o como "persona non grata".
O ministro holandês disse ainda que a época do ditador sírio Bashar Assad "já foi" e que os europeus esperam que agora ele tenha "entendido a mensagem". "A responsabilidade básica do que aconteceu e do que está acontecendo na Síria é desse regime", afirmou.
Numa retaliação ao governo da Síria por massacre cometido no fim de semana no país, EUA, França, Reino Unido e mais sete países decidiram ontem expulsar embaixadores e altos representantes diplomáticos sírios.
O governo dos EUA deu 72 horas para que o encarregado de negócios sírio em Washington deixe o país.
Segundo a ONU, entre os 108 mortos de sexta para sábado em Houla, na região central da Síria, havia 49 crianças e 20 mulheres.
Ativistas e moradores em Houla culparam as milícias pró-governo conhecidas como "shabiha" (fantasma, em árabe), a linha de frente da repressão ao levante contra a ditadura de Bashar Assad.
Autoridades sírias negaram estar por trás das mortes e repetiram a acusação a "grupos terroristas".
O episódio, um dos mais sangrentos em 14 meses de levante contra Assad, causou intensa condenação internacional e levou à ação diplomática conjunta.
Alemanha, Itália, Espanha, Bulgária, Canadá e Austrália e Nova Zelândia também anunciaram a expulsão do embaixador sírio. Holanda, Bélgica e Suíça declararam os respectivos embaixadores "persona non grata".
As imagens de dezenas de corpos enfileirados em Houla, muitos deles com sinais de mutilação, foram mais um lembrete da brutal guerra civil em curso na Síria.
Além da violenta repressão do regime e da resistência rebelde, há relatos de ataques da oposição contra civis da etnia alauíta, a mesma do ditador, e ações da rede terrorista Al -Qaeda.
A presença de monitores da ONU no país como parte de um plano de cessar-fogo em vigor há um mês e meio nada fez para conter a espiral de violência, que já deixou ao menos 10 mil mortos.
A retaliação aumenta o isolamento diplomático de Assad, mas há poucas razões para acreditar que seus dias no poder estejam contados.
"Ponto crítico"
O enviado especial da ONU, Kofi Annan, esteve com Assad em Damasco e afirmou que o país atingiu um "ponto crítico". Annan, que intermediou o cessar-fogo, exortou Assad a "ser corajoso" e cumprir o plano, cessando a ofensiva.
Um relatório dos observadores da ONU apontou que só 20 das vítimas em Houla foram atingidas por artilharia. As demais teriam sido sumariamente executadas.
O presidente da França, François Hollande, disse que uma intervenção militar não deve ser descartada.
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