Dezenas de homens mascarados, supostamente ligados a hooligans e a uma nebulosa neo-nazista, reuniram-se na sexta-feira (29) à noite no centro de Estocolmo para atacar migrantes, informou neste sábado (30) a polícia sueca. Nenhuma vítima havia prestado queixa até o início da tarde, indicou à AFP um porta-voz da polícia de Estocolmo, Towe Hägg.
Entre 50 e 100 pessoas, mascaradas ou encapuzadas, marcaram um encontro à noite em Sergels Torg, grande praça da capital sueca, frequentada por jovens, marginalizados e migrantes menores não acompanhados.
De acordo com testemunhas entrevistadas pelo jornal Aftonbladet, os agressores molestaram “pessoas de aparência estrangeira” e distribuíram um folheto sem assinatura chamando a impor às “crianças norte-africanas nas ruas a punição que merecem”. “Eu estava passando, quanto vi um grupo vestido de preto, mascarado (...) que começou a bater em estrangeiros”, relatou uma testemunha. “Eu vi três pessoas sendo agredidas”.
Informadas de “um plano para agredir migrantes menores de idade não acompanhados no centro de Estocolmo”, as autoridades reforçaram a segurança em locais estratégicos. Um homem de 46 anos foi preso depois de acertar um golpe no rosto de um policial disfarçado.
Três pessoas com idades entre vinte e trinta anos foram detidas por perturbar a paz e liberadas em seguida. Outra, que carregava uma faca, será processada por porte de arma proibida. Uma investigação por “associação para cometer violência agravada” deve permitir identificar os indivíduos ou organizações por trás dos ataques.
O site Nordfront, vitrine do movimento neo-nazista SMR, afirmou na sexta-feira à noite que uma “centena de hooligans” dos clubes AIK e Djurgården estavam prontos para “fazer o trabalho doméstico entre os migrantes criminosos do Norte da África”.
Fontes policiais citadas pelo jornal Aftonbladet confirmam a suspeita contra esses grupos radicais.
Em 2015, 163.000 refugiados pediram asilo na Suécia. O ministro do Interior, Anders Ygeman, anunciou na quarta-feira que o país pretende expulsar quase metade destes migrantes, cujo pedido de asilo tenha sido ou venha a ser rejeitado.