A polícia turca prendeu nesta terça-feira ao menos 35 pessoas, a maioria jornalistas, em uma nova onda de detenções contra a União de Comunidades do Curdistão (KCK), considerada como a "rede urbana" do grupo armado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Segundo a edição digital do jornal "Hürriyet", os detidos são acusados de serem "membros do comitê de cultura e imprensa do KCK".
"As operações começaram simultaneamente nesta madrugada e a polícia revistou casas e escritórios, que ainda estão sendo inspecionados", disse à Agência Efe Ibrahim Aydin, redator-chefe do jornal de esquerda "BirGün".
Aydin acrescentou que a polícia deteve duas colaboradoras do jornal, sendo que uma delas, Zeynep Kuray, foi presa em sua casa e ainda não há informações sobre o motivo, embora a maioria dos jornalistas detidos trabalhe na imprensa curda.
Também foram presos um fotógrafo da agência francesa "AFP" e um colaborador do jornal "Vatan".
Segundo o último Relatório de Progresso da União Europeia, cerca de 2 mil pessoas foram detidas na Turquia em várias operações contra o KCK.
Na última onda de prisões, que ocorreu em diversas cidades em 1º de novembro, foram detidos uma renomada professora, Busra Ersanli, e um editor e jornalista, Ragip Zarakolu, conhecido por seu ativismo em favor dos direitos humanos.
Mais de 700 intelectuais, professores, jornalistas e escritores turcos assinaram um manifesto de protesto pelas prisões.
Ahmet Abakay, presidente da Associação de Jornalistas Progressistas (CGD), declarou à Efe que um dos membros da associação está entre os detidos desta terça-feira, e pediu que "a imprensa e os jornalistas protestem".
"Essa opressão contra os jornalistas cria uma atmosfera de medo e autocensura e transforma a Turquia em um país de segunda classe", afirmou.
As associações de jornalistas informam que 25 jornalistas foram detidos em Istambul e os demais em cidades como Mersin, Diyarbakir, Van, Sirnak - todas elas curdas -, além de Ancara e Esmirna.
Entre os alvos da operação estão também as três agências de notícias pró-curdas "Etha", "Diha" e "ANF", além do jornal "Özgür Gündem".
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