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Dezenas de milhares marcham em Roma contra o desemprego

Sindicalistas movimentam bandeiras em manifestação na praça San Giovanni, em Roma | Alessandro di Meo/EFE/EPA
Sindicalistas movimentam bandeiras em manifestação na praça San Giovanni, em Roma (Foto: Alessandro di Meo/EFE/EPA)
Centenas de trabalhadores participam do protesto ao redor do Coliseu |

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Centenas de trabalhadores participam do protesto ao redor do Coliseu

Milhares de trabalhadores e desempregados marcharam em Roma no sábado, para protestar contra o desemprego recorde e para exigir do governo de Enrico Letta, há dois meses no poder, que ofereça mais do que simples retórica inútil sobre o problema.

A manifestação organizada pelas três maiores centrais sindicais do país, CGIL, CISL e UIL, foi a maior desde que a ampla coalizão de direita e esquerda assumiu o poder depois de uma eleição inconclusiva em fevereiro.

O desemprego italiano chegou a 12 por cento em abril, o maior nível já registrado, e o desemprego entre as pessoas com menos de 24 anos está em 40 por cento, seu maior nível de todos os tempos.

Chefes de sindicatos, falando diante de uma multidão que agitava bandeiras, estimada em mais de 100 mil pessoas pelos organizadores, criticaram Letta pelo que eles chamaram de uma falta de ação em relação a um problema urgente.

"Não podemos aceitar essas constantes promessas que não se transformam em decisões que dão uma oportunidade de uma mudança de direção," disse Susanna Camusso, líder da CGIL, o maior sindicato do país.

Luigi Angeletti, líder da UIL, disse que o país não pode se dar ao luxo de uma abordagem fragmentada da política adotada até agora, especialmente quando a coalizão governante é tão frágil.

"Em um país onde a principal preocupação é a aposta em quanto tempo o governo vai durar, a mensagem é de que não há mais tempo para promessas e declarações", disse ele na Praça San Giovanni, local tradicional de protestos da esquerda.

O gabinete de Letta deve anunciar um pacote destinado a combater o desemprego dos jovens na próxima semana, mas Angeletti disse que as medidas que estão sendo discutidas, como incentivos fiscais para empresas que contratem jovens, eram "inúteis".

A economia da Itália encolheu em todos os trimestres desde meados de 2011 - sua maior recessão pós-guerra - e as empresas estão cada vez mais, demitindo seus funcionários.

Os sindicalistas pediram que o governo interviesse para evitar que a Indesit, fabricante de produtos da linha branca, leve adiante seu plano de demitir 1.400 funcionários em um dos mais recentes confrontos trabalhistas.

"A Indesit não está em crise, ela só quer usar seu lucro para fazer investimentos na Turquia e na Polônia," disse Camusso.

Um manifestante, Lorenzo Giuseppe, disse à Reuters que resolveu participar do protesto "para enviar uma mensagem ao governo de que o emprego deve ser o principal tópico da agenda. Se temos trabalho, podemos seguir em frente".

Milhões de italianos estão tão convencidos que não têm nenhuma chance de encontrar trabalho, que simplesmente desistiram de procurar, o que significa que os números oficiais subestimam seriamente o número de desempregados, de acordo com dados do escritório nacional de estatística ISTAT.

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