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Violência

Dezenas morrem no pior atentado no Sri Lanka

Colombo – O Sri Lanka foi abalado ontem pelo pior atentado suicida de sua história, com pelo menos 103 pessoas mortas e mais de 150 feridos num ataque com caminhão-bomba contra vários ônibus que transportavam militares.

A responsabilidade pela explosão foi assumida por camicases dos Tigres da Libertação da Pátria Tâmil (LTTE). Carregado de explosivos, o veículo do qual só resta o chassi, foi lançado contra um comboio de mais de 20 ônibus que transportavam fuzileiros navais. Segundo a polícia, o atentado poderia ter atingido dezenas de pequenos comerciantes de bebidas e alimentos que estavam perto. Esse ataque, ocorrido no distrito de Habarana (nordeste), é o pior registrado desde 1987, quando os rebeldes tâmeis cometeram seu primeiro atentado suicida com um caminhão-bomba, matando 40 soldados.

A polícia informou que 15 ônibus foram atingidos pela explosão e que dois deles receberam o impacto direto. Já na quarta-feira, 133 militares e 22 rebeldes morreram numa ofensiva do exército no norte da ilha. Cerca de 515 soldados ficaram feridos na batalha.

Os ataques suicidas por parte dos Tigres Tâmeis são considerados o modus operandi do grupo que combate pela independência do norte e leste da ilha. O atentado ocorre num momento em que o governo e os rebeldes do movimento Tigres de Libertação da Pátria Tâmil concordaram em se reunir na Suíça no dia 28 de outubro para reabrir as negociações de paz sob mediação da Noruega.

A Noruega ficou de enviar à ilha seu negociador, Jon Hanssen Bauer, que há duas semanas busca fazer com que as duas partes aceitem sentar à mesa das negociações de paz. O americano Richard Boucher, secretário adjunto para a Ásia do Departamento de Estado americano, também é esperado na quinta-feira em Colombo, capital do Sri Lanka.

Os Estados Unidos e a União Européia – que fornecem ajuda ao Sri Lanka junto com Noruega e Japão – exigem o fim dos combates entre ambas as partes.

Mais de 2.200 pessoas morreram no país desde dezembro de 2005 – e cerca de 60 mil já morreram desde o começo da insurreição dos tâmeis em 1972.

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