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Pelo menos 53 pessoas, entre ativistas pró-democracia e ex-legisladores, foram presas na manhã desta quarta-feira (6) em Hong Kong, acusados de "subversão", em violação à controversa lei de segurança nacional imposta por Pequim no ano passado.
A prisão em massa é o maior ato de repressão em Hong Kong desde que a lei entrou em vigor, em 30 de junho passado. Segundo autoridades, os acusados tinham um plano para derrubar o governo.
Um porta-voz da polícia de Hong Kong disse à imprensa que a operação envolveu mil policiais e prendeu 45 mulheres e oito homens, com idades entre 23 e 64 anos. De acordo com a polícia, entre os detidos, seis são suspeitos de subverter o poder estatal ao organizar uma eleição primária, realizada em julho, com o objetivo de paralisar o governo e os demais foram presos por participar da ação.
As investigações continuam em andamento e mais prisões podem ser feitas, segundo o porta-voz. As autoridades fizeram buscas em 72 locais e congelaram o equivalente a US$ 206 mil em fundos ligados à eleição primária.
Em julho do ano passado, logo após a imposição das novas regras de segurança nacional, a oposição organizou eleições primárias para escolher os candidatos que disputariam, pelo movimento democrático, uma vaga no Conselho Legislativo de Hong Kong nas eleições previstas para setembro de 2020.
As eleições de setembro foram adiadas por causa da pandemia de coronavírus. Mas, antes disso, vários candidatos foram desqualificados, e os envolvidos na organização da eleição primária já estavam sendo perseguidos por Pequim. Autoridades chinesas deram alertas de que os participantes da primária estariam violando a nova lei de segurança.
"É uma interferência e uma destruição do sistema eleitoral democrático de Hong Kong", afirmou o ministério chinês de relações com Hong Kong na época, alegando que nenhuma lei eleitoral da cidade semiautônoma prevê a realização de primárias. "É ilegal para qualquer grupo ou indivíduo organizar tais eleições por conta própria", reforçou.
O secretário de Segurança de Hong Kong, John Lee, disse nesta quarta-feira que as figuras da oposição são suspeitas de envolvimento "no crime de derrubar [o governo] ou interferir, destruir seriamente a execução legal de tarefas do governo de Hong Kong", noticiou o South China Morning Post.
"Eles buscaram conquistar 35 ou mais assentos no Conselho Legislativo [pela primária] para que pudessem vetar o orçamento do governo independentemente do seu conteúdo e criar uma situação em que a chefe do Executivo tivesse que renunciar, e o governo parasse de funcionar. Tudo para paralisar o governo", afirmou Lee, acrescentando que os opositores tinham "um plano de destruição mútua em dez etapas", que iria mobilizar protestos em massa nas ruas e outras ações para "paralisar a sociedade, em conjunto com sanções internacionais".