Neste Dia da Terra, queremos celebrar o planeta deixando-o mais limpo para as gerações futuras. A questão, contudo, é como chegar lá. Alguns apontam para grandes soluções governamentais, como o Green New Deal com seus regulamentos e impostos, ou o Acordo de Paris, que apenas dá à China um passe político e de relações públicas para continuar dizendo uma coisa enquanto faz outra.
Permita-me sugerir uma solução mais eficaz: promover a liberdade econômica e o crescimento e os benefícios ambientais que os acompanham.
Pesquisas econômicas feitas por muitas organizações – incluindo a Fundação Heritage, o Instituto Fraser do Canadá e a Universidade de Yale – nas últimas décadas provam que economias mais livres são economias mais limpas. Em grande parte, isso ocorre porque um sistema baseado na liberdade econômica gera mais riqueza para indivíduos e sociedades, que eles podem investir na proteção do meio ambiente.
Como os autores do Índice de Desempenho Ambiental mais recente de Yale escreveram:
"Descobrimos que o liberalismo econômico está positivamente associado ao desempenho ambiental. Embora nossos resultados não deem aos países carta branca para buscar estratégias econômicas de laissez-faire sem levar em conta o meio ambiente, eles lançam dúvidas sobre a tensão implícita entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental".
A prosperidade tira as pessoas da poluição porque lhes dá tempo e energia para exigir um ambiente mais limpo. Vemos isso na curva ambiental de Kuznets, que mostra uma relação em U invertido entre poluição e desenvolvimento econômico.
É assim que funciona: o crescimento econômico, a princípio, leva a uma maior poluição, pois as pessoas e instituições priorizam empregos e renda em detrimento da saúde do meio ambiente. Com o tempo, entretanto, essa riqueza significa que mais recursos estão disponíveis para a proteção ambiental. Os cidadãos exigem que seus países reduzam a poluição. Um aumento na riqueza e na prosperidade permite que as pessoas dêem maior prioridade à proteção ambiental, e isso significa que podem arcar com os custos associados às tecnologias de controle da poluição.
Como mostra o Índice de Desempenho Ambiental de Yale, há uma forte correlação entre o produto interno bruto per capita e a pontuação ambiental de um país. O levantamento aponta que "democracias ricas normalmente chegam ao topo de nossas classificações". A base da tendência para que um país tenha maior riqueza per capita, seja uma democracia mais forte e tenha menos pobreza é a liberdade econômica.
Consequentemente, um sistema econômico enraizado em um governo pequeno e na livre iniciativa deve ser fundamental para os objetivos ambientais de um país.
Isso é especialmente verdadeiro quando se trata de uma ameaça de longo prazo, como a mudança climática. O mundo não será capaz de reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono desistindo de coisas. Existem simplesmente muitas pessoas na Terra que desejarão o estilo de vida que a maioria de nós no Ocidente já desfruta.
Em vez de pedir a outros que reduzam suas economias, os EUA deve espalhar a liberdade econômica para dar-lhes uma escada econômica para ajudá-los a impulsionar o crescimento sustentável. E os EUA devemos exportar nossas tecnologias de energia limpa para que todos possam reduzir as emissões, assim como nós.
Considere isso: o inventário da Agência de Proteção Ambiental de 2020 sobre as emissões de gases de efeito estufa relatou que, nos EUA, “desde 2005, as emissões nacionais de gases de efeito estufa caíram 10% e as emissões do setor de energia caíram 27% – mesmo quando nossa economia cresceu 25%". Essa tendência só vai se acelerar com a adoção generalizada de veículos elétricos e o crescimento da energia eólica e solar renováveis.
A liberdade econômica é a oportunidade, não a ameaça.
Em um artigo no ano passado, o professor Christian Bjørnskov, da Universidade Aarhus da Dinamarca, descobriu:
"Os dados disponíveis de 155 países observados em períodos de cinco anos entre 1975 e 2015 indicam que a liberdade econômica não apenas reduz as emissões gerais de CO₂, mas também desloca o ponto superior da [curva ambiental de Kuznets] para a esquerda. Como tal, a evidência sugere que a transição para a tecnologia de emissões mais baixas aparece em um estágio inicial nas sociedades economicamente livres".
Mercados livres e competitivos que não sejam prejudicados por fortes distorções do governo conduzirão a investimentos em tecnologias mais limpas e eficientes e em infraestrutura mais resiliente. Esses mercados levarão a uma redução das emissões de gases de efeito estufa e melhorarão a capacidade da humanidade de se adaptar a um clima em mudança.
O ambiente econômico e político correto cultiva um sistema que recompensa a inovação, a eficiência e a administração. Podemos melhorar o futuro da Terra libertando o poder da liberdade econômica.
*Bond é cofundador e presidente da C3 Solutions. Tem décadas de experiência no movimento conservador e no setor privado e serviu como conselheiro sênior do ex-presidente George W. Bush no Departamento de Energia dos EUA.
© 2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.